Prefeito bolsonarista que quer separar Nordeste do Brasil escreveu texto antissemita e entrevistou neonazista

Atualizado em 7 de novembro de 2022 às 15:56
Bolsonaro e o prefeito de Betim (MG) Vittorio Medioli

O prefeito bolsonarista de Betim (MG), Vittorio Medioli, que defendeu que o Nordeste seja separado do resto do país por causa da eleição de Lula, já atacou judeus. 

Dono do jornal O Tempo, Medioli publicou artigo dizendo que a eleição mostrou que há “dois Brasis”. “Um que produz mais e arrecada impostos, e outro, paradoxalmente mais carente, que vive das transferências. Dessa forma, a divisão territorial, por meio de um ‘divórcio consensual’, está com suas sementes se espalhando”, afirmou.

“Dar a Lula o que é de Lula e a Bolsonaro o que é de Bolsonaro” é, talvez, a “única solução para resgatar a legitimidade ameaçada”.

“Com exceção do Nordeste, milhões de pessoas se aglomeram em frente aos quartéis do Exército procurando alternativas ao que não querem”, declarou.

Italiano naturalizado brasileiro em 1981, quando aportou nestas terras com a Fiat, Medioli foi deputado federal de 1991 a 2017. Há quatro anos, perpetrou um besteirol antissemita estúpido a propósito dos 200 anos do nascimento de Karl Marx.

Conseguiu misturar os “iluminatti” com o infame “Protocolo dos Sábios de Sião”, falsificação criada na Rússia czarista que pintava os judeus como protagonistas de uma conspiração mundial.

Segundo a inacreditável excrescência produzida por Medioli, o nome “original” de Marx era “Moses Mordechai Marx Levi”, patacoada da extrema direita lelé obcecada com a “nova ordem mundial” e o “globalismo”.

Na verdade, o pai do filósofo, Herschel, descendente de rabinos, se converteu ao cristianismo quando o filho tinha 6 anos. Medioli consegue, inclusive, inventar uma “origem israelita” para Hitler.  

Na versão desse idiota, os Rothschilds são a causa de todas as guerras. Medioli repete o que Adolf Hitler escreveu no “Mein Kampf”, eventualmente mais pedante, mas igualmente criminoso, abusando de teorias conspiratórias.

Em 2017, o jornal dele entrevistou um certo “fundador” do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Brasileiros. O sujeito ganhou um espaço generoso para defender, por exemplo, que o Holocausto não existiu — sem qualquer réplica.

As palavras finais do cidadão: “Hitler foi um homem que trouxe prosperidade a um Estado amante de seu povo. Sim, é uma de minhas inspirações”. 

A lei n° 9.459, de 1997, prevê pena de um a três anos de prisão e multa para quem cometer discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Abaixo, trechos do libelo antissemita do bolsominion ítalo-mineiro:

Marx se mudou para Londres, onde acabou seus dias, na idade de 64 anos, sem ter vivido um dia de sua ideologia. Parece assim de difícil compreensão, ao menos na leitura da biografia oficial, a metamorfose de uma dupla de ricos burgueses em mentores do socialismo que “tantas revoluções e guerras” protagonizou até hoje. Mais recentemente, na desconfortável tragédia venezuelana de Nicolás Maduro.

Seriam ideias excessivamente utópicas? Distantes da impura e baixa natureza humana? A resposta, seja qual for, terá um lado que não a aceita. O “capitalismo” e o “comunismo” ou as fórmulas abrandadas do “liberalismo” e “socialismo”?

Mais estranhas e ocultas permanecem na superfície dos fatos as versões oficiais, as razões que provocaram guerras quentes e frias, agitando e transtornando um verdadeiro contraponto mundial ao status quo do comércio e do poder tradicional.

É uma história complexa, que numa coluna representa uma gota de um mar de eventos e de história. No planeta existe um círculo de “burattinai”, aqueles que montam um palco e movimentam os fios dos bonecos na cena. Os donos das finanças, do poder, daqueles que a cada guerra ficam mais poderosos e ricos, que invariavelmente remetem aos Rothschild.

O primeiro negro que chegou à Casa Branca possui o DNA dessa família, que trabalha em “longo prazo”. Que coloca à noite a moeda na cabeça da estátua na praça e de dia faz o milagre de concedê-la a uma multidão de ingênuos.

Entrevista com líder neonazista no jornal de Medioli

É preciso recorrer à literatura independente e “esotérica”, às observações de estudiosos lúcidos, como Umberto Eco (vale ler “O Pêndulo de Foucault” e “O Cemitério de Praga”), e de poucos outros que “ousaram” levantar o véu dos “300”, da Trilateral, do Grupo Bilderberg, do Skull and Bones, que remetem inevitavelmente a Weishaupt, aos Bauer, aos protocolos dos “12 Sábios de Sion” ou “Illuminati de Baviera”.

Incontestável que os 12 apóstolos, Maria Madalena, Albert Einstein, Adolf Hitler, Adam Weishaupt, Mayer Amschel Bauer, Karl Marx, muitos dos presidentes dos Estados Unidos, com exceção daqueles que não terminaram seu mandatos assassinatos, têm origem israelita.

Os Rothschild, Illuminati, criaram Marx? Parece que sim, pois aparece com barba imensa e cabelos compridos, como quase todos os rabinos. Karl é o nome de “guerra”, que apagou o original de Moses Mordechai Marx Levi, de família ortodoxa e com uma inata tendência observadora.

O “Manifesto” é uma versão do estatuto da Liga dos Justos adaptado às circunstâncias por Marx, na conveniência de preparar a história no “Seclorum” por vir ampliando o poder e os lucros do “Novus Ordo”.

E, se formos adiante, encontraremos o Círculo de Thule, derivação dos Illuminati, no começo do século XX, que forjou Adolf Hitler. Thule seria a capital de uma civilização antiga, que vive ainda dentro dos espaços ocos da terra e teria suas entradas na Antártida e no Himalaia (Shamballa) impenetráveis, e até na serra das Araras, aqui mesmo, em Mato Grosso, onde se conta que muitos exploradores sumiram. (…)

Marx era membro da Liga dos Justos, versão alemã da “Liga das Quatro Estações”, criada por Weishaupt para fomentar, financiada pelos Rothschild, a Revolução Francesa, assim como financiada e abastecida foi a Revolução Soviética em 1917. Criando a ovelha negra do mundo, o comunismo, seria fácil lançar as grandes potências na corrida armamentista que deu trilhões de lucros aos Illuminati.

O projeto Rothschild precisava abolir, ou deixar às margens dos acontecimentos, não a burguesia, mas a apática, festeira, quanto inadimplente aristocracia, que atravancava a nascente indústria e os comércios internacionais, contraindo dívidas para viver em Versailles, castelos e palácios. A plebe sozinha estaria ainda no gueto. (…)

Preciso parar por aqui antes que os Illuminati pensem em me abolir. Mas, para os descrentes, pode servir o exemplo brasileiro, da colônia que se digladia em ideologias e falhas de dois lados da mesma moeda.

Enquanto isso, a dívida passa de R$ 4 trilhões. E quem ganha são os Rothschild do Brasil.