Prefeitura de SP omite posse de secretário e interfere em eleição do Conselho Regional de Medicina

Atualizado em 8 de agosto de 2023 às 20:31
Jair Bolsonaro (PL) e Ricardo Nunes (PSDB-SP). Reprodução

Tomou posse no dia 17 de julho o ex-vereador Gilberto Natalini (PV) na pasta de Mudanças Climáticas da gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

O episódio causou turbulências nas eleições do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Natalini, que também é médico, além de político e ambientalista, está concorrendo às eleições do Cremesp, que ocorrerão em 14 e 15 de agosto.

No último dia 27, a Comissão Eleitoral do Conselho cancelou o registro de sua chapa, após denúncia de incompatibilidade do cargo de secretário com o de conselheiro, com base nas regras do pleito.

Natalini nega qualquer irregularidade. Em sua defesa, sua chapa alegou que o ex-vereador ainda não tomou posse, apenas tendo sido nomeado por Nunes. Ele chegou a gravar vídeo dizendo que a chapa recorrerá da decisão junto ao Conselho Federal de Medicina.

Para corroborar sua defesa, a chapa de Natalini apresentou uma declaração subscrita pela Coordenadora de Gestão de Pessoas do Governo Municipal, Marcia Harumi Kurosawa Gushiken.

Gilberto Natalini. Foto: Reprodução/YouTube

No documento, datado de 19 de julho, o órgão da prefeitura declara que Natalini “até o momento não tomou posse e tampouco iniciou exercício na Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas”.

Contudo, essas informações contrariam o que foi noticiado pelo próprio site oficial da prefeitura dois dias antes. A matéria, intitulada “Novo Secretário Executivo de Mudanças Climáticas toma posse”, afirma que “durante a cerimônia de posse, o Secretário Executivo jurou executar bem as funções de Secretário Executivo de Mudanças Climáticas”.

Também é possível ver foto de Natalini discursando na frente de telão em que se lê “Solenidade de Posse”, acima do brasão oficial da prefeitura da capital.

Natalini é uma nulidade em questões ambientais. Entre outras coisas, propôs a oferta de ração humana, um composto desidratado de restos de comida de bares e restaurantes, na merenda escolar. A ideia foi o início do fim do processo de desmoralização pública de João Doria na prefeitura da cidade.