Derrotado no pacote anticrime com o instituto do juiz de garantias, Moro postou foto ao pé de uma estátua de Churchill.

Ela fica nos arredores da prefeitura de Toronto, no Canadá, e foi feita a partir do molde original de uma obra do escultor britânico Oscar Nemon.

“Tempo de renovar energias com exemplos do passado e de sempre”, escreveu na legenda.

Moro destacou o lado que tem o trecho mais manjado do discurso da Batalha de Dunquerque, de 1940:

“Lutaremos na França. Lutaremos nos mares e oceanos. Lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar. Defenderemos nossa ilha, qualquer que seja o custo.

Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos”.

Todo mundo usa Churchill para se legitimar. Boris Johnson, o atual premiê, é obcecado por ele.

Escreveu uma biografia laudatória cheia de lugares comuns. Trump colocou um busto no Salão Oval.

A lista é interminável e tem de gente boa a energúmenos e picaretas completos.

Eduardo Bolsonaro, por exemplo, conseguiu citar Churchill errado.

“A democracia é a pior forma de governo”, falou o Zero 3 na Câmara.

Esqueceu do complemento: “exceto todas as outras”. Significa.

Churchill era uma figura complexa, um devoto do império, um racista que barbarizou na Índia, o homem que enfrentou Hitler desde o começo e, por algum tempo, sozinho.

Moro se declara um “admirador” do ex-primeiro ministro inglês.

Esse é o sujeito que no programa do Bial foi incapaz de citar um livro qualquer que estivesse lendo.

Grande piadista, mestre da autopromoção, Churchill deixou frases memoráveis.

A que melhor se aplica no caso do ministro de Bolsonaro é esta: “Prefiro discutir com cem idiotas a ter um que concorde comigo.”