Premiê interino diz que ex-presidente do Haiti, Moïse, ‘foi torturado até a morte’ por mercenários

Atualizado em 11 de julho de 2021 às 17:53
(crédito: ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

Publicado originalmente no site Sputniknews

Claude Joseph, primeiro-ministro interino do Haiti, afirmou que o ex-presidente Jovenel Moïse foi torturado antes de ser assassinado, enquanto jurava punir os responsáveis.

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“Mercenários vieram à casa do presidente, eles o torturaram e o mataram. Nós capturamos cerca de 20 deles. No momento, eles estão em custódia. E nós acreditamos, nós acreditamos firmemente, que vai ser feita justiça ao presidente Jovenel Moïse […] Nós temos as pessoas certas [em custódia]”, afirmou ele durante uma entrevista na sexta-feira (9).

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Joseph, que declarou estado de exceção por duas semanas após a morte de Moïse, afirmou que seu objetivo era fazer justiça à família do presidente assassinado.

Ao ser questionado sobre a luta pelo poder político, desencadeada logo após a morte de Moïse, Joseph respondeu:

“Não sei se há uma luta pelo poder. Não estou atento […] Estou concentrado em fazer justiça ao presidente Jovenel Moïse […] mas eu era primeiro-ministro interino. Depois da trágica morte de Jovenel Moïse, eu tinha que assumir o comando e eu fiz isso”, respondeu.

Claude Joseph foi nomeado por Moïse em abril para ser o primeiro-ministro interino do país após a renúncia de Joseph Jouthe. No dia 6 de julho, um dia antes de Moïse ser assassinado, ele nomeou Ariel Henry para suceder a Joseph.

Embora alguns considerem que a tomada de poder de Joseph seja inconstitucional, ele conta com o apoio dos EUA e da ONU.

Contudo, na sexta-feira (9) o Senado do país, a única instituição que restou das autoridades eleitas na governança do Haiti, elegeu o presidente do Senado, Joseph Lambert, como líder interino do país.

Na manhã de quarta-feira (7), Jovenel Moïse, presidente do Haiti, foi assassinado a tiros em sua residência.

De acordo com a Polícia haitiana, o ato foi perpetrado por um grupo de 28 mercenários, 26 dos quais eram colombianos e dois haitianos-americanos.