Prêmio Nobel de Economia: ideia de Lula para taxar mais ricos é boa para o Brasil

Atualizado em 16 de setembro de 2023 às 22:34
O prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz e Fernando Haddad. Foto: Reprodução.

Durante visita ao Brasil nesta semana, o renomado economista Joseph Stiglitz enfatizou a necessidade urgente de o país aumentar a arrecadação, impulsionar o crescimento e reduzir as taxas de juros, especialmente diante da desaceleração econômica global.

Stiglitz é ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001 e, em entrevista à Folha publicada neste sábado (16), confirma que apoia as propostas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para eliminar as vantagens tributárias que permitem aos indivíduos mais ricos pagar menos impostos. Ele acha as propostas benéficas para a economia brasileira.

O economista rejeita os argumentos dos mais abastados de que tributá-los prejudicaria a economia e os considera egoístas. “Não é surpresa que os ricos digam: não nos tributem porque será ruim para a economia. Eu ficaria surpreso se eles não dissessem isso. É um argumento egoísta. Mas não tem base econômica”, afirma.

Nobel acredita o que o presidente Lula está fazendo é a estratégia correta. Foto: Reprodução.

O economista defende que tributar os mais ricos não apenas fornece receita necessária ao governo, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais igualitária, alinhando-se com um movimento internacional em prol da justiça tributária.

Stiglitz ainda manifestou otimismo em relação aos Estados Unidos, mas expressou preocupações com as economias europeia e chinesa, questionando a capacidade do presidente Xi Jinping de administrá-las.

Além disso, ele destacou que a queda na inflação nos EUA e no Brasil resultou da normalização da oferta e demanda no pós-pandemia, não de aumentos nas taxas de juros, e fez críticas à política do Banco Central brasileiro.

Quanto à questão da austeridade, Stiglitz considerou que essa abordagem falhou em equilibrar os orçamentos e defendeu a priorização do crescimento econômico como a chave para melhorar as finanças públicas.

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