Preparam Palocci para ser novo “Alberto Youssef” de boca-de-urna. Por Fernando Brito

Atualizado em 3 de setembro de 2018 às 6:46
Será Palocci um novo Youssef? Foto: Reprodução/Tijolaço

Publicado originalmente no blog Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

Uma nota na coluna de Lauro Jardim, em O Globo, ressuscita o cadáver de Antonio Palocci – o homem que teve sua delação premiada recusada até pelos promotores da República de Curitiba, por falta de provas e inconsistências e firmou um “acordo de xepa” com a Polícia Federal, homologado por…João Paulo Gebran, no TRF-4 – para dar pistas de que será ele o canalha da vez para jogar no ventilador, na beira das eleições, acusações chocantes,

Sem provas sólidas, claro, mas sem tempo de  que sejam contestadas e desmontadas, para repetir o famoso “eles sabiam de tudo” atribuído ao doleiro Alberto Youssef contra Lula e Dilma, com que a Veja se prestou a ser um panfleto de boca-de-urna da candidatura Aécio Neves e que quase o levou à Presidência.

Agora, anuncia Jardim, “Palocci entrega provas de delação às vésperas das eleições” e, claro, as suas alegações desesperadas para fugir à cadeia virarão “verdades incontestáveis” na mídia, para a qual serão providenciados os devidos vazamentos”.

A história de que “vai apresentar as provas” é pura balela ou teremos de aceitar a ideia de que fez um acordo e este foi homologado na Justiça na base apenas da promessa.

Tudo está arranjado para ser na “hora h” e impacte o eleitor.

Vá juntando as pecinhas da armação: há 20 dias, Sérgio Moro recusou a denúncia contra Palocci no caso do MP da Crise, embora a tivesse aceitado contra o ex-ministro Guido Mantega.

Nenhuma criatividade, é apenas repetir o esquema no qual ficou faltando “um tiquinho” para dar certo quatro anos atrás.

Pouco importa que, como aconteceu com Youssef, não houvesse provas de que se soubesse de coisa alguma: neste jogo, vale o escrito nas capas de jornal e da Veja.

Os contraventores das falsas notícias não estão preocupados com a veracidade do que publicam, mas em “descarregar” as apostas do eleitor naqueles que lhes interessam.