Presidente de comitê passa sabão em jornalistas da CNN sobre “dama do tráfico”

Atualizado em 17 de novembro de 2023 às 19:29
A advogada Natividade Maia, presidente interina do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas (CEPCT-AM), confrontou jornalista da CNN Brasil e questionou uso do termo “dama do tráfico”. Foto: Reprodução

Em entrevista à CNN Brasil, a advogada Natividade Maia, presidente interina do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas (CEPCT-AM), confrontou a jornalista Raquel Landim pelo uso do apelido “dama do tráfico” para referir-se a Luciane Barbosa Farias.

A advogada deixou claro que o uso do termo é uma “narrativa” criada pela imprensa e criticou a emissora por continuar o usando, mesmo após o Estadão,veículo que usou a nomenclatura inicialmente, já determinou que ela não fosse mais usada.

“Não existe essa nomenclatura no Estado. Então é uma mentira que já foi desmentida por quem mentiu e a imprensa continua reproduzindo, inclusive você, infelizmente”, afirmou Natividade. Ela ainda afirmou que “o repórter que fez essa matéria e a nominou pela primeira vez, já desmentiu e disse que essa nomenclatura foi conveniente colocar”.

Ela também pediu “responsabilidade de imprensa” para falar sobre o caso, mas Raquel insistiu que o termo deva continuar sendo usado, pois Luciane é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, o líder de uma facção criminosa.

Luciane, usada na narrativa do Estadão para desgastar a imagem de Dino, não havia sido condenada pela Justiça por tráfico na época das visitas. Ela compareceu ao gabinete de assessores do ministro e participou de eventos do Ministério dos Direitos Humanos entre março e maio deste ano, e seu julgamento ocorreu somente em outubro.

Mesmo assim, o Estadão decidiu chamá-la desta forma. Posteriormente, com a repercussão do texto, a direção do veículo enviou um e-mail a seus jornalistas e determinou que eles não imputassem “crimes a pessoas com base na apuração de outros veículos ou simplesmente em off” e que eles só poderiam fazer isso “com acesso ao inquérito sobre o caso”.

Os e-mails foram revelados pelo jornalista Leandro Demori:

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