Presidente de instituto diz que “minerais são do povo brasileiro e exploração deve seguir a lei”

Atualizado em 25 de julho de 2025 às 8:02
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O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann. Foto: Sérgio Lima

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira (24) que os minerais estratégicos pertencem ao povo brasileiro e que sua exploração deve respeitar integralmente a legislação nacional.

A declaração ocorre em meio ao crescente interesse dos Estados Unidos pelos chamados minerais críticos e estratégicos (MCEs), essenciais para a tecnologia de ponta e a transição energética global.

Na última quarta-feira (23), o encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, voltou a manifestar o interesse da Casa Branca por esses recursos durante reunião com empresários do setor mineral.

“Aqui é um país aberto para aqueles que seguirem as nossas leis”, declarou Jungmann. Segundo ele, “o Brasil não tem nenhum tipo de legislação que permita que o governo de outro país explore minerais em solo brasileiro, mas sim empresas”.

Jungmann também destacou que o Brasil está no centro das disputas geopolíticas por minerais usados em sistemas de defesa, satélites e chips: “Somos importantes em questões de defesa, que é uma preocupação do governo Trump, porque as terras raras são importantes para radares, para navegação aeroespacial, para satélites, para chips”.

Minerais críticos como lítio, nióbio, grafite, cobre, cobalto, urânio e elementos terras-raras são considerados estratégicos para o futuro da economia global. A maior parte das reservas está concentrada na China e no Brasil, o que aumenta a relevância geopolítica do território brasileiro.

O presidente Lula (PT) reforçou essa posição durante discurso em Minas Gerais. “Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disse. “A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano”.

Com a intensificação da corrida tecnológica entre os Estados Unidos e a China e o avanço da transição energética, a pressão global por acesso seguro a esses recursos só cresce.

O Brasil é um dos poucos países com grandes reservas e vantagens comparativas — entre elas, matriz energética limpa, estabilidade territorial, tradição na mineração e conhecimento técnico acumulado em órgãos como o Serviço Geológico do Brasil e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).