Presidente do Bradesco vê “processos de conspiração” na oposição a Lula

Atualizado em 16 de janeiro de 2023 às 12:39
Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco – Foto: Carol Carquejeiro/Forbes

 

O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, concedeu entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo” em Davos, onde encontra-se para participar do Fórum Econômico Mundial.

Nela, ele comenta sobre a novidade representada na vida política nacional que é a existência de uma  ”oposição que não se dá em ambientes de praxe do jogo político, mas em processos de conspiração.”

Leia trechos:

Estadão: Há uma semana, Brasília era palco de atos antidemocráticos. Qual a sua visão? A democracia está em risco no Brasil?

Trabuco: Esses fatos são lamentáveis. Por boa sorte, estão sendo investigados, a vida em Brasília voltou ao normal no dia seguinte e as demonstrações de união dos três poderes da República foram muito sólidas. Não só as reuniões que aconteceram no aspecto físico, mas no aspecto da simbologia. O sentimento de todos nós é que o episódio demonstrou uma harmonia na defesa da democracia. Me lembro agora de uma frase que diz que a democracia é uma plantinha que tem de ser regada todos os dias. No mundo, existem fatores muito grandes de polarização que pressionam a democracia representativa como nós conhecemos, os Três Poderes. O que temos de fazer é apoiar e fortalecer as instituições da República. Curiosamente, o acontecido foi após a posse do presidente Lula e não podemos esquecer que Lula foi eleito, diplomado, e empossado. O que temos agora é de ir para frente, independentemente das posições políticas das pessoas. Vai requerer harmonia e mitigar os riscos da radicalização porque isso afeta o papel do Estado em geral.

Estadão: Quais?

Trabuco: Do ponto de vista holístico, o governo tem duras questões que são cruciais para o próximo momento: fiscal e social. Existe uma expansão da consciência da sociedade brasileira de que precisamos de uma lei de responsabilidade fiscal, mas tão importante quanto é a lei da responsabilidade social porque a retomada do crescimento, da economia sustentável, tem de compatibilizar esses dois fatores. Temos de ter inflação dentro da meta para voltar a reduzir os juros. Aliás, esse é um desafio de todo o mundo, com a adoção de políticas monetárias duras para voltar a reduzir o juro como consequência do controle da inflação. Se não houver inflação na meta e redução dos juros, vamos ter um longo período no qual o custo do capital será inibidor de investimentos e aí vai dificultar a retomada do crescimento. Essa é a grande questão que se faz. A questão do ano. O juro americano vai a quanto e quando ele para? Os juros subindo retardam a retomada de crescimento. Por outro lado, temos uma recessão batendo à porta.

(…)

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