Presidente do Peru rejeita renúncia após protestos da Geração Z deixarem um morto

Atualizado em 18 de outubro de 2025 às 10:23
José Jeri, novo presidente do Peru. Foto: reprodução

O novo presidente do Peru, Jose Jeri, afirmou que não pretende renunciar, apesar da escalada dos protestos liderados por jovens da Geração Z, intensificados após a morte do rapper Eduardo Ruiz, de 32 anos, baleado durante uma manifestação em Lima.

O governo informou na noite de quinta-feira (16) que decretará estado de emergência na capital, enquanto o Ministério Público anunciou a abertura de investigação sobre o caso. Segundo a Promotoria, Ruiz — conhecido no cenário do hip-hop local — participava de um ato pacífico quando foi atingido por um disparo durante os confrontos com a polícia.

O chefe da Polícia Nacional, general Óscar Arriola, declarou que o disparo partiu do policial Luis Magallanes, que foi preso e expulso da corporação. Arriola disse ainda que o agente foi levado a um hospital após ser agredido por manifestantes.

Ruiz é a primeira vítima fatal dos protestos, iniciados há um mês com reivindicações por melhores salários e aposentadorias para jovens. As manifestações cresceram em intensidade e se transformaram em um movimento contra a corrupção e a insegurança, que culminou na queda da ex-presidente Dina Boluarte na semana passada.

Na quarta-feira (16), milhares de pessoas voltaram às ruas em várias cidades. Em Lima, centenas entraram em confronto com a polícia nas imediações do Congresso, exigindo a renúncia de Jeri — o sétimo presidente peruano em menos de dez anos.

“Minha responsabilidade é manter a estabilidade do país; esse é o meu compromisso”, declarou Jeri à imprensa local, após reunião no Parlamento. O presidente anunciou que pedirá poderes especiais para enfrentar o crime organizado.

Em publicação na rede X (antigo Twitter), Jeri disse lamentar a morte de Ruiz e prometeu investigação imparcial, atribuindo a violência a “delinquentes infiltrados” que, segundo ele, teriam aproveitado o protesto para “semear o caos”.

De acordo com o Ministério do Interior, 89 policiais e 22 civis ficaram feridos nos confrontos de quarta-feira, e 11 pessoas foram presas. O Ministério Público informou que recolheu provas audiovisuais e balísticas no local do crime, destacando a gravidade das violações de direitos humanos associadas ao episódio.