Preso hoje, Luciano Ayan é sócio de dirigente do MBL, que disseminava fake news de sua página sobre Marielle

Atualizado em 10 de julho de 2020 às 9:40
Palestra de Ayan no MBL

Dois integrantes do MBL foram presos na manhã desta sexta-feira (10) em operação realizada pela Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Receita Federal.

Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso são investigados pelo desvio de mais de R$ 400 milhões de empresas. De acordo com o MP, praticaram lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

São cumpridos seis mandados de buscas e apreensão, um deles na sede do Movimento Brasil Livre na Vila Mariana, em São Paulo.

Em nota, o MBL afirma que os dois “não são integrantes e sequer fazem parte dos quadros do MBL. Ambos nunca foram membros do movimento.”

A verdade é que a ligação é umbilical.

Carlos Augusto de Moraes Afonso ficou famoso sob o pseudônimo de Luciano Ayan.

No início de 2018, ele admitiu ser o dono da página Ceticismo Político, que disseminou fake news sobre a morte de Marielle Franco.

Detalhou como operava a Arthur do Val, o Mamãe Falei, hoje deputado estadual (veja no pé deste artigo)

A conta foi retirada do ar pelo Facebook após ter sido apontada como grande impulsionadora das calúnias contra Marielle, agindo em conluio com o MBL.

Afonso/Ayan é sócio de Pedro D’Eyrot, líder e um dos fundadores do grupelho em uma consultoria. Até o início deste mês, ele também era sócio, em outro negócio, de Rafael Rizzo, coordenador de comunicação do MBL.

Documento mostrando que Afonso/Ayan, preso hoje, e dirigente do MBL são sócios

Na Receita Federal, consta que a Yey Inteigência tem sede no Centro de São Paulo e capital social de R$ 30 mil, sendo que o dirigente do MBL possui 75% das cotas.

Outra empresa do consultor ligada a lideranças do MBL é a Itframing Serviços de TI que foi criada em 12 de julho de 2016, três meses depois do golpe em Dilma.

O sócio de Afonso era Rafael Almeida Rizzo, coordenador de comunicação do MBL. 

Afonso ratifica que o MBL desde sempre compartilhou o material publicado no site Ceticismo Político por concordar com as análises feitas por ele.

“Existe uma relação de parceria, porque o movimento desde o início compartilhou o meu material, concordou com as minhas análises de guerra política e muitas das estratégias que publiquei foram adotadas”, falou.

Ex-olavista, Afonso/Ayan tornou-se crítico de Bolsonaro após fazer campanha para o sujeito.

Deu entrevista ao DCM sobre essa mudança de postura. Ele estava também colaborando com a CPMI das Fake News.