
O capitão da Polícia Militar de São Paulo, Diogo Costa Cangerana, foi detido pela Polícia Federal nesta terça-feira (26) durante a Operação Tai-Pan. A ação visa desarticular um esquema envolvendo três fintechs que teriam movimentado R$ 6 bilhões em cinco anos para organizações criminosas. O oficial é suspeito de abrir contas utilizadas para lavagem de dinheiro. Com informações do Estadão.
Até 3 de setembro, Cangerana atuava junto ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), como chefe da Divisão de Segurança de Dignitários do Palácio dos Bandeirantes. Ele foi transferido para o 13º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da Cracolândia. O governo informou que não havia notificações contra o capitão durante seu período na Casa Militar.
A assessoria do Palácio dos Bandeirantes afirmou que a Corregedoria da PM acompanha a investigação e colabora com a Polícia Federal.
A investigação aponta que o capitão era um dos articuladores do sistema financeiro criminoso, sendo responsável por abrir contas nas fintechs. Transações sob suspeita somam R$ 120 bilhões, com o líder do grupo movimentando R$ 800 milhões somente em 2024.
Entre as fintechs investigadas está a 2 Go Bank, denunciada por Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC, em outubro. O empresário foi executado em novembro no Aeroporto de Guarulhos, em crime atribuído ao PCC.

De uma família tradicional de policiais, Cangerana acompanhou Tarcísio em viagens a Portugal e eventos no Brasil. Ele recebeu, em janeiro, a medalha Valor Militar em grau prata, em reconhecimento aos serviços prestados.
A Polícia Federal mobilizou 200 agentes para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão. Foram apreendidos R$ 311 mil em espécie em um escritório na Avenida Paulista. A operação identificou movimentações ilegais em países como EUA, Canadá, Hong Kong e China. Entre os detidos está Cyllas Elia, presidente e fundador do 2 Go Bank, acusado de ligação com clubes de futebol e torcidas organizadas.
A investigação revelou que Gritzbach, conhecido por denúncias contra o PCC, afirmou que policiais recebiam propina de criminosos para encerrar investigações. Outros envolvidos, como Rafael Maeda Pires, conhecido como Japonês do PCC, também aparecem no caso.
As diligências incluíram apreensões de barras de ouro, armas e documentos. O caso continua em investigação, com a suspeita de obstrução de provas e envolvimento de policiais civis.