Preso por furto, ex-CEO da Hurb tinha salário milionário e divulgou dados de clientes

Atualizado em 26 de abril de 2025 às 23:41
João Ricardo Mendes deixou o cargo de CEO da Hurb. Foto: Divulgação.

João Ricardo Rangel Mendes, ex-CEO da Hurb, foi preso na sexta-feira, 25, sob acusação de furtar obras de arte de um hotel e de um escritório de arquitetura na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Mendes, de 44 anos, tentou fugir quando foi localizado pela polícia, mas foi detido. A defesa do empresário não foi encontrada até o momento.A maioria das peças furtadas foi recuperada. O valor das obras de arte apreendidas ultrapassa os R$ 23 mil. A investigação está em andamento.

Durante sua gestão, Mendes recebeu um salário anual que variava de R$ 1,04 milhão a R$ 1,3 milhão, com benefícios adicionais que totalizavam cerca de R$ 113 mil. No entanto, a crise enfrentada pela Hurb durante a pandemia de covid-19 levou à insatisfação de muitos clientes, que acusaram a plataforma de aplicar golpes, com pacotes de viagens e datas flexíveis que não foram honrados.

Mendes, que fundou a Hurb em 2011, renunciou ao cargo de CEO da empresa em 2023 após uma série de controvérsias. Ele foi acusado de expor dados de clientes na internet e de fazer comentários ofensivos. O empresário foi um dos fundadores da agência de viagens digital que, em 2023, anunciou a emissão de viagens para mais de 400 mil pessoas em um ano.

Em 2023, após deixar o cargo de CEO,Mendes afirmou que, pela primeira vez em 14 anos, a empresa enfrentava dificuldades financeiras.

Em junho de 2024, a Hurb foi intimada a reembolsar clientes lesados, com uma decisão liminar determinando a devolução de valores. A decisão foi tomada após a constatação de violações da lei de defesa do consumidor. O juiz responsável, Paulo Assed Estefan, afirmou que a empresa havia prejudicado uma grande quantidade de consumidores e que a recomposição dos danos ainda não havia ocorrido.

Além disso, a Hurb também foi alvo de ações do Ministério do Turismo, que cancelou o cadastro da empresa no setor turístico em abril de 2024, o que a impede de atuar no ramo de viagens. A empresa tem um prazo de 10 dias para recorrer da decisão.

Conheça as redes sociais do DCM:

Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line