Pressão de deputados cresceu diante do atraso nas emendas

Atualizado em 10 de dezembro de 2025 às 12:17
Deputados na Câmara durante votação. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Conversa reservada entre parlamentares, pouco antes de Glauber Braga (PSOL-RJ) assumir a cadeira de Hugo Motta, expôs a irritação de vários deputados com o que foi apresentado na reunião de líderes.

Entre eles, o mais direto era Leo Prates (PDT-BA), que contou aos colegas que o clima azedou quando Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) apontou que só 58% das emendas impositivas tinham sido pagas. Mauro Benevides (PDT-CE), Leônidas Cristino (PDT-CE) e outros dois deputados acompanharam o debate.

De acordo com o Globo, Prates relatou que, na reunião de líderes, Sóstenes cobrou os pagamentos, Motta pediu apoio para liberar recursos, enquanto Lindbergh Farias e José Guimarães garantiram quitação até 30 de dezembro. Segundo ele, a sequência dos fatos deixou claro que havia insatisfação acumulada.

Na conversa captada, Prates disse que a oposição demonstrou forte irritação com o atraso nas emendas obrigatórias, justamente no fim do ano, o que poderia travar a votação do Orçamento de 2026. Outro deputado afirmou que Motta foi direto ao ponto ao avisar que, sem avanço na liberação das verbas, “a Casa não anda”.

Houve ainda quem mencionasse a possibilidade de apoiar o projeto da Dosimetria, visto como favorável a Jair Bolsonaro, para enviar um recado ao Planalto. A pauta avançou depois de semanas de impasse. O relatório de Paulinho da Força (Solidariedade-SP) reduz punições ao impedir a soma de crimes ligados ao Estado Democrático de Direito e cria redutores para participantes sem papel de comando ou financiamento, mas não prevê anistia.

Os números atualizados mostram R$ 50,37 bilhões destinados às emendas, com R$ 38,24 bilhões já empenhados (75,9%). Do total, R$ 26,88 bilhões foram liquidados e R$ 26,54 bilhões pagos, alcançando 52,7%.

Entre as individuais, R$ 18,55 bilhões foram liberados, equivalendo a 75,6% do que está empenhado. As de bancada somam R$ 4,51 bilhões pagos (34% da verba prevista), e as de comissão chegam a R$ 3,47 bilhões pagos, cerca de 30,2% da dotação.