O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, anunciou sua renúncia após seu partido, o Open VLD, sofrer uma derrota nas eleições gerais do último domingo (9). Os principais vencedores foram as siglas de direita NVA (Nova Aliança Flamenga) e ultradireita separatista VB (Vlaams Belang).
As eleições, que coincidiram com o pleito para o Parlamento Europeu, testemunharam a ascensão do NVA e do VB, com a NVA conquistando o maior número de assentos no Parlamento.
Em meio a lágrimas, De Croo anunciou sua renúncia ao rei Felipe, admitindo a clareza do sinal dos eleitores: “Foi uma noite particularmente difícil para nós, o sinal dos eleitores foi claro”. Enquanto isso, segundo a Folha de S.Paulo, Bart De Wever, líder do NVA, celebrou a vitória inesperada de seu partido:
“Amigos, nós vencemos essas eleições. E admitam: vocês não esperavam por isso. As pesquisas eram ruins, a imprensa estava contra nós, mas vocês não desistiram”.
De Wever, prefeito da Antuérpia, é cotado para suceder De Croo como primeiro-ministro, mas a formação de uma coalizão pode ser desafiadora. Na Bélgica, processos de coalizão prolongados não são incomuns, como evidenciado pelo período de 493 dias após as eleições de 2019 sem um governo definitivo.
O aumento do apoio à extrema direita em Flandres e o avanço da esquerda na Valônia geram preocupações sobre a formação de uma coalizão rápida. O MR (Movimento Reformador) liderou na Valônia, mas a formação de uma coalizão ainda está pendente, deixando De Croo no poder por enquanto.