Principal investigado pela PF em suposto recrutamento de brasileiros pelo Hezbollah é identificado

Atualizado em 13 de novembro de 2023 às 11:10
Mohamad Khir Abdulmajid. Foto: reprodução

O Fantástico revelou a identidade do principal investigado na operação que visa desmantelar um suposto esquema de recrutamento de brasileiros pelo grupo Hezbollah.

Mohamad Khir Abdulmajid, procurado pela Interpol por ser o principal alvo da investigação sobre recrutamento do Hezbollah, é sírio naturalizado brasileiro, chegando ao país em 2008.

Fichado pela primeira vez em 2014 por vender bebidas alcoólicas a menores em Minas Gerais, ele é casado, e sua esposa gerencia duas lojas de tabacaria em Belo Horizonte, sendo a PF afirmando que ele é o verdadeiro proprietário.

Iniciando investigações em 2021 por contrabando, a PF suspeitou que as atividades ilegais visavam financiar atos terroristas. Mohamad, que em 2016 lutou na guerra civil na Síria apoiando o governo de Bashar Al-Assad, foi identificado como, no mínimo, simpatizante do Hezbollah.

Na última quarta-feira (8), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para “neutralizar atividades preparatórias de supostos ataques terroristas” em solo brasileiro. No entanto, Karime Cheaito, especialista em questões relacionadas ao Líbano, afirmou que a investigação da Polícia Federal (PF) não bate com o modus operandi do Hezbollah.

“O Hezbollah é, antes de tudo, um grupo nacionalista libanês que é um extremo aliado do Irã. Uma arquitetura de um atentado no Brasil, dentro das especulações de hoje, precisaria de um diálogo ou, pelo menos, anuência do Irã. A questão é que essas acusações não correspondem com o histórico e o modus operandi do Hezbollah”, disse ao UOL News desta quarta-feira (8).

De acordo com a representação policial da Operação Trapiche, Mohamad seria associado ao braço paramilitar do Hezbollah. Em uma rede social, ele publicou uma foto com uniforme militar em cima de um blindado. O perfil foi apagado, mas as imagens fazem parte da investigação.

Mohamad com uniforme militar em cima de um blindado. Foto: reprodução

A PF suspeita também que Mohamad recrutava brasileiros para atividades ilícitas, inclusive com possíveis objetivos terroristas. Apesar de, até o momento, não haver vínculos ideológicos ou religiosos dos recrutados com o Hezbollah, a investigação busca detalhes sobre os brasileiros cooptados.

A corporação, até agora, prendeu três pessoas, incluindo Mohamad, enquanto outro suspeito encontra-se foragido no exterior. Um novo suspeito foi detido no Rio de Janeiro durante a noite.

Desde terça (7), a PF tem cumprido mandados de busca e apreensão, reforçando a crença de que a operação interrompeu a formação de uma rede de mercenários a serviço do Hezbollah, conhecidos como proxies, atuando por procuração e dinheiro.

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