
Nova pesquisa divulgada pela Quaest na noite deste domingo (23) mostra que a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) gerou uma repercussão muito mais intensa e rápida do que sua condenação pelo STF na trama golpista. Segundo o levantamento, o anúncio da prisão “provocou uma explosão imediata de menções, ampliada pela surpresa do anúncio”.
O gráfico apresentado pela consultoria indica que, enquanto o pico de menções sobre a condenação, em setembro, chegou a 40 mil, a detenção cumprida pela Polícia Federal por ordem do ministro Alexandre de Moraes atingiu 80 mil referências, o dobro do registrado anteriormente.
A Quaest afirma que o anúncio desencadeou forte reação e reacendeu o debate político nas redes. Para 42%, a prisão expôs uma polarização intensa; 33% avaliaram o episódio de forma positiva; 25% o consideraram neutro.
“Após o anúncio, as menções explodiram e atingiram pico entre 9h e 11h, quando narrativas se acirraram. Enquanto perfis de esquerda elogiaram a atuação das instituições, a direita denunciou perseguição política. O caso recolocou Bolsonaro no centro do debate e intensificou disputas entre os grupos”, destacou a Quaest.

Ademais, o levantamento indica que foram feitas 448 mil menções ao tema da prisão preventiva de Jair Bolsonaro no período de análise, partindo de 128 mil autores, atingindo um “público estimado em 116 milhões de contas”.
Destas menções, 42% delas teriam sido feitas com teor negativo à prisão – entende-se favoráveis a Bolsonaro neste contexto – e 35% com teor positivo à prisão, ou seja, desfavoráveis a Bolsonaro. O levantamento foi feito até as 14h, antes da divulgação do vídeo em que Bolsonaro confessa que danificou tornozeleira eletrônica com um “ferro de solda”.
O estudo coloca a prisão preventiva do ex-presidente como líder em menções feitas por hora em um comparativo com outros momentos marcantes do noticiário brasileiro no ano, como o julgamento do Bolsonaro pelo STF e a megaoperação no Rio de Janeiro, levando em conta apenas o período de oito horas entre as 6h e as 14h do último sábado, 22.
Abaixo, a tabela divulgada pela Quaest. O número inicial refere-se às menções/hora, e o número entre parênteses ao número total equivalente ao período mencionado pela inteligência:
56 mil – “Prisão Preventiva de Bolsonaro” (448 mil nas oito horas entre 6h e 14h do dia 22 de novembro);
44 mil – “Julgamento Bolsonaro” (726 mil nas primeiras 16h30 do dia 2 de setembro);
37 mil – “Megaoperação RJ” (1,332 milhões nas 36 horas entre 28 de outubro e as 12h de 29 de outubro);

31 mil – “Aplicação Lei Magnitsky” (2,79 milhões nas 90 horas entre o dia 28 de julho e as 18h do dia 1.º de agosto);
24 mil – “PEC da Blindagem” (1,56 milhão nas 65 horas entre 16 de setembro e as 17h do dia 19 de setembro);
17 mil – “Disputa Governo-Congresso” (5,712 milhões nos 14 dias entre 24 de junho e 8 de julho);
5,5 mil – “Felca – Adultização” (924 mil nos sete dias entre 6 e 13 de agosto).