Prisão de Bolsonaro: saiba como funciona uma tornozeleira eletrônica

Atualizado em 22 de novembro de 2025 às 20:03
A tornozeleira já violada, e no tornozelo do ex.presidente Jair Bolsonaro

As tornozeleiras eletrônicas utilizadas no Brasil funcionam por meio de GPS e enviam sinais contínuos a uma central de monitoramento que opera 24 horas por dia.

O equipamento registra em tempo real a posição da pessoa monitorada e utiliza satélites para determinar a localização exata, permitindo que agentes públicos acompanhem seus deslocamentos de forma precisa. Essa tecnologia é empregada em medidas cautelares, prisões domiciliares e alternativas à prisão preventiva.

A comunicação entre o dispositivo e a central é feita por sinais que são emitidos constantemente pela tornozeleira. Sempre que há mudança de posição, perda de sinal ou tentativa de obstrução, o sistema gera alertas automáticos. O objetivo é garantir que o monitorado permaneça dentro dos limites definidos pela Justiça e evitar que medidas judiciais sejam burladas.

O equipamento possui mecanismos de proteção que dificultam tentativas de remoção ou violação. A cinta é produzida com material resistente e projetada para impedir rompimentos simples. Caso alguém tente cortá-la, perfurá-la ou manipulá-la, sensores internos acionam imediatamente um aviso para a Central de Monitoração Eletrônica do estado responsável.

Outro ponto técnico é a resistência à água. As tornozeleiras são à prova d’água e podem ser submersas a até dois metros de profundidade, o que permite o uso para banho e, se necessário, piscina. Isso evita que o monitoramento seja comprometido em atividades cotidianas e impede que a água seja usada como justificativa para defeitos.

Qualquer tentativa de desligar, remover ou danificar a tornozeleira resulta em notificação imediata à central. Ao receber o aviso, a equipe responsável aciona agentes de segurança e informa o juiz do caso. Dependendo da gravidade, o magistrado pode determinar a perda da medida alternativa e converter o monitoramento em prisão preventiva.

Por outro lado, falhas técnicas são tratadas de forma distinta. Quando o equipamento apresenta defeito sem indícios de violação, ele é substituído sem prejuízo ao monitorado. Problemas de bateria, comunicação ou desgaste natural do material passam por avaliação técnica antes que qualquer consequência seja aplicada.

O uso da tornozeleira eletrônica no Brasil ganhou força a partir de 2010, após alterações na Lei de Execução Penal. Desde então, tornou-se um instrumento importante para reduzir o encarceramento em massa, permitindo que pessoas respondam aos processos em liberdade monitorada e sob regras específicas de circulação e permanência domiciliar.

A vigilância é feita pelas centrais estaduais, que operam de forma ininterrupta. Elas analisam alertas, verificam deslocamentos e acionam protocolos quando necessário. O sistema combina tecnologia de rastreamento, sensores de violação e supervisão humana para garantir que o monitoramento seja eficaz e seguro, reduzindo riscos para a sociedade e para o próprio monitorado.