
O procurador lavajatista Diogo Castor de Mattos — que ficou famoso por contratar um outdoor para exaltar o próprio trabalho — decidiu ajuizar queixa-crime contra a advogada Tânia Mandarino, do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (Caad). A informação é do Jornal GGN.
Na ação, Mattos pede que a advogada seja condenada a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais. O coletivo que a advogada integra ajuizou ação buscando fazer valer a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público que determinou a demissão do procurador.
A decisão foi uma consequência da participação de Mattos na instalação de um outdoor em homenagem aos tarefeiros da “lava jato” em Curitiba, entre os quais ele mesmo. O órgão fiscalizatório do Ministério Público Federal entendeu que o fato de o procurador ter contratado um outdoor para celebrar o seu próprio trabalho e o de seus amigos foi um ato de improbidade.
O outdoor continha fotos de nove procuradores e a seguinte frase: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março — 5 anos de Operação Lava Jato — O Brasil Agradece”. Castor se desligou da autodenominada força-tarefa após o episódio vir à tona.
Por meio de nota, o coletivo se manifestou sobre a iniciativa do procurador: “Não fomos intimados ainda a respeito dessa querela, mas o Caad avalia que se trata de uma tentativa de intimidar o coletivo na pessoa da advogada Tânia Mandarino diante do julgamento de suspeição da 12ª Turma do TRF-4, que ocorre na 2ª Sessão do TRF-4 e que, seja qual for o resultado, reabrirá a discussão a respeito do outdoor. Nosso coletivo tem nove anos de trabalhos sociais e em prol de causas populares e de interesse público e não se intimidará”.
Publicado na ConJur