Procuradora da Lava Jato é punida por declarações sobre o STF; entenda

Atualizado em 4 de junho de 2024 às 14:33
A procuradora Thaméa Danelon durante programa da Jovem Pan. Foto: reprodução

O Conselho Superior da Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu nesta terça-feira (4) aplicar uma punição disciplinar de censura à procuradora Thaméa Danelon, que atuou na Lava Jato de São Paulo. A censura é simbólica, funcionando como uma advertência e tornando-se um agravante caso a pessoa responda a outros processos disciplinares no futuro.

Os membros do conselho entenderam que Danelon descumpriu o decoro do cargo ao participar de entrevistas e eventos nos quais emitiu opinião sobre processos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e fez críticas às decisões dos ministros. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e mais seis integrantes do conselho votaram a favor da punição, enquanto três opinaram pela absolvição.

A defesa da procuradora argumentou que suas declarações estavam dentro de sua liberdade de expressão e que ela não manifestou posições partidárias. Porém, o conselho concluiu que suas declarações extrapolaram os limites de seu cargo.

Sergio Moro (União Brasil) e Thaméa Danelon. Foto: reprodução

Em outubro 2021, Danelon espalhou fake news sobre o ainda ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o quadro “Liberdade de Opinião” da CNN. Ela atribuiu ao político Ciro Gomes a declaração de que Lula estaria fazendo alianças com diversos políticos, incluindo Romero Jucá, Renan Calheiros, o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, numa “tentativa de assaltar novamente os cofres públicos”.

Além disso, Danelon afirmou falsamente que houve um assalto à Petrobras e a inúmeras estatais durante os primeiros mandatos de Lula, estimando que mais de R$ 40 bilhões foram perdidos devido à corrupção e lavagem de dinheiro praticados pelo petista e outros políticos.

Em abril do mesmo ano, uma reportagem da Jovem Pan mostrou a reação de procuradores à decisão do STF que anulou as condenações de Lula. Danelon criticou o entendimento do Supremo: “Não é porque a propina recebida deu origem a um bem numa localidade, que vai ser o local onde o bem é construído e onde o bem sofreu melhorias, que vai mudar a competência. A competência é onde os atos foram praticados, e esses atos foram praticados em Curitiba”, afirmou.

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