Procuradora investigada replica receita de bolo em protesto contra “censura”

Atualizado em 5 de julho de 2018 às 8:19

monique cheker

A procuradora Monique Cheker, do MPF do Rio, replicou a postagem de seu colega de Goiás Hélio Telho (que se define como “Esmeraldino, geek, cidadão crítico”) com a receita de um bolo.

É um protesto contra o procedimento aberto contra ela pela Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público, CNMP, por causa de uma declaração nas redes sociais.

“Não há limite. Vamos pensar: os caras são vitalícios, nunca serão responsabilizados via STF ou via Congresso e ganharão todos os meses o mesmo subsídio. Sem contar o que ganham por fora com os companheiros que beneficiam. Para quê ter vergonha na cara”, declarou ela no Twitter.

Pilhada, se defendeu alegando que não fez “menção a ministros do STF”.

No despacho instaurando a investigação, o corregedor Orlando Rochadel relata que Gilmar Mendes cobrou providências em nome dele e de Toffoli.

A Associação Nacional dos Procuradores da República vai recorrer ao plenário do CNMP contra a recomendação para limitar a manifestação de membros do MPF nas redes.

As receitas viraram símbolo de resistência nos anos 70.

Eram publicadas, juntamente com versos de Camões, para preencher os espaços censurados durante a ditadura.

Estadão e Jornal da Tarde imortalizaram o uso desse recurso — que agora volta banalizado por pessoas que estariam do lado dos censores.

Como a história se repete como farsa, os principais apoiadores de Monique são bolsonaristas e adeptos da intervenção militar.