Professor de curso vendido por Bolsonaro mata a mulher grávida e se suicida; em aula, ele defendeu homicídio para traição

Atualizado em 3 de novembro de 2020 às 19:47
Robson Fachini na Alfacon

Na segunda-feira, dia 2, as forças de segurança de Cascavel (PR) encontraram, em uma casa no bairro da Aclimação, os corpos do agente penitenciário federal Robson Fachini e da namorada Vanessa Postal.

Ela era advogada e estava grávida.

Segundo a Polícia Militar, houve uma discussão ao final da qual Robson atirou contra Vanessa e depois se matou.

Vanessa havia chegado de uma viagem à praia. A família estranhou sua ausência e acionou as autoridades. Ele tinha 39 anos e ela, 33.

Fachini era professor de direito administrativo em cursos preparatórios para concursos públicos.

Trabalhava na Alfacon, empresa para a qual Bolsonaro fez propaganda e onde seu filho Eduardo palestrou.

A Alfacon foi investigada por ensinar métodos de tortura e assassinato a futuros policiais.

Num vídeo (no pé do artigo), Fachini aparece respondendo a um aluno sobre o que fazer “se o colega de trabalho da pessoa flagra a esposa traindo com o colega”.

Robson Fachin e Vanessa Postal

Ele fala o seguinte:

“Imagina, que situação pesada. O cara vai trabalhar e o colega de trabalho vai lá na casa dele comparecer. Aí ele fica sabendo: ‘ah, vou remover o cara que tá comendo minha patroa [sic].’ O louco, mano. Não, pelo amor de Deus. Era melhor eu matar! Mata quem nesta hora!? Mata a mulher ou mata o cara? O que você acha? [professor pergunta para uma pessoa que está na sala] Aluno falou que acha mata os dois. Pode ser, matar os dois, mas se for para escolher um só para matar, melhor matar a mulher, porquê ela vai continuar corneando, né!? Se é da natureza dela, então mata ela, larga dela”.

Segundo a Polícia Civil, a relação do casal era conturbada e um boletim de ocorrência já havia sido lavrado na delegacia.

Os dois tinham filhos de outros relacionamentos.