Programa de Luciano Huck apela para a exploração da pobreza para alavancar audiência

Atualizado em 29 de julho de 2018 às 9:22

Segundo apontou o Na Telinha, existem muitas críticas em relação aos programas assistencialistas que invadem, diariamente, a programação de todas as TVs.

Esse fenômeno no Ibope não é nenhuma novidade na história da televisão. Globo, SBT, Record TV utilizam destas armas de forma explícita ou embalada numa caixa luxuosa, que é o caso do “Caldeirão do Huck”.

O Caldeirão do Huck transformou o sentimentalismo e assistencialismo em elementos principais na disputa pela audiência no horário. Isso já não é de agora. Utilizando dos mesmos recursos que o “Domingo Show”, “Hora do Faro” e “Eliana”. Mas lá, ganhou a conotação de “histórias inspiradoras”.

Neste sábado (28), durante quase 38 minutos, contou a trajetória de dificuldade de um líder comunitário do Complexo do Alemão e seu projeto social. Como toda boa história, a pauta teve o seu final feliz, mas foi costurada em torno da pobreza do personagem.

Antes, a atração já tinha exibido uma outra história, a menina que não tinha o que comer e decidiu participar de um projeto circense porque lá servia três refeições diárias.

Somando a isso, no programa anterior, houve a estreia da nova temporada do quadro “Um por todos e todos por um”, e por quase 80 minutos, quase um filme, exibiu a história de Nildete e sua ONG para pessoas carentes em Salvador. O estilo “pobreza show” da edição estava lá, com choro em closes, crianças enfrentando problemas sociais e a fome.

Por tudo isso, lamentavelmente, a falta de criatividade e a busca pela audiência fácil, que norteia todas as TVs, demorou, mas também chegou às atrações da Globo. O “Caldeirão” tem a grife da emissora carioca, mas não difere em nada de qualquer outro programa dominical, como o “Hora do Faro”.