Promotor que curte os Bolsonaros usa fórmula “tem o Edson e tem o Pelé” para não largar o caso. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 5 de fevereiro de 2019 às 16:47
O promotor Claudi Calo

O promotor Claudio Calo, responsável pelo caso Flávio Bolsonaro/Queiroz, se defendeu de suas curtidas e comentários absolutamente identificados com o bolsonarismo raiz.

Calo usa o argumento consagrado pelo maior gênio do futebol: tem o Edson e tem o Pelé.

Suas atividades no Twitter “são de professor de direito, palestrante e articulista”. 

“Não trato de casos em rede social e nem de investigados. Sequer me identifico como membro do MPRJ. Sigo vários parlamentares e governadores, a fim de fazer sugestões”, alega.

Ora, como você separa os dois? Vai de acordo com a conveniência?

Calo curtiu e retuitou entrevistas de Flávio, comentários raivosos de Carlos, pitacos de Jair. É perfil de bolsonarista clássico, com direito a cacetadas em Lula por via de outras pessoas.

Numa série de postagens em resposta a um artigo de Reinaldo Azevedo, deu seu parecer informal sobre o processo envolvendo o filho de Jair.

“Tecnicamente, o crime de lavagem de capitais é um crime parasitário, acessório, pressupõe uma infração penal antecedente. O fato de haver fracionamento de depósitos bancários e em dh [dinheiro] gera suspeitas, mas, por si, não é crime de lavagem, pois pode a origem do dh ser lícita”, escreveu.

“O COAF quando comunica às autoridades competentes  movimentações financeiras é porque entendeu que são SUSPEITAS. ANÔMALAS, mas, por si só, não necessariamente criminosas, o que exige maiores cautelas do destinatário da comunicação do Coaf”.

Mais: “Pode 1 servidor público, c/ remuneração baixa, ter recebido de herança a quantia de R$ 20 milhões em sua conta corrente bancária. Movimentação suspeita. Mas descobre ser fruto de herança, decorrente da venda de um fazenda, em negociação totalmente lícita. Não é crime de lavagem.”

Calo sinaliza que não largará o osso (desculpe o trocadilho).

“Não tem nada de concreto. Recebi os 11 procedimentos investigatórios ontem, no final da tarde. Não tive sequer tempo de analisá-los. Tudo que está sendo publicado é, até agora, especulação”, declarou ao Estadão.

O que falta para ficar provado que o sujeito não tem isenção ou independência?

Pede pra sair, Calo.

Claudio Calo retuitou entrevista de Flávio Bolsonaro na Globo News