Propina escancarada no “merchandising” de Bolsonaro. Por Fernando Brito

Atualizado em 5 de junho de 2019 às 9:28
Bolsonaro e Ratinho. Foto: Reprodução/Tijolaço

Publicado originalmente no blog Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

O empresário e apresentador Carlos Robertto Massa, que, na pele do Ratinho, ontem recebeu para uma “entrevista amiga” o presidente da República embolsou R$ 268 mil da Presidência para ser a favor na reforma da Previdência.

Sem negativas, a apresentadora Luciana Gimenez recebeu também um valor não revelado para o mesmo fim.

Não que o “jabá” seja propriamente uma novidade nos meios de comunicação brasileiros.

Nem o de governos, programando mídia nos veículos segundo critérios políticos apenas.

Quando este blogueiro participou de uma entrevista com o ex-presidente Lula, O Globo mandou diligentes repórteres descobrirem o que havia sido dado, em troca, como publicidade oficial.

A resposta era “nada, nunca recebi publicidade go governo federal”, mas não me furtei ao desaforo de dizer que tinha ganho umas xícaras de café e umas bolotas – frias, aliás – de pão de queijo, na entrevista.

Os colunistas da grande imprensa não perdiam a chance de nos chamarem de “blogueiros sujos”, mesmo que a gente sobreviva com dificuldades, anúncios do Google e contribuições dos leitores.

É impressionante como agora o “jabá” de Ratinho passa impune.

Pela mídia e pelo Ministério Público, já que nem se trata de propaganda de produtos e serviços do Governo, mas de defesa remunerada de uma posição política do presidente.

Mas para retirar direitos previdenciários do povo brasileiro, pode. Tudo é válido, até o jabaculê com nota fiscal.

Favor, portanto, não vir mais com esta história de “jornalismo profissional”.