PSOL deve recusar papel de brinquedinho na mão da direita predadora. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 4 de janeiro de 2018 às 7:36
Huck e o Agora!: eles se renovam para manter tudo como está.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DE LUIS FELIPE MIGUEL

Um fenômeno importante na política brasileira recente é a presença das organizações destinadas à “renovação política” com financiamento empresarial, como Agora!, Acredito, Brasil21, Renova Brasil e outros.

Trata-se de um movimento da burguesia para, a um só tempo, garantir que o dinheiro continuará pesando (mesmo que novas regras de financiamento de campanha se imponham) e buscar produzir uma elite política mais “limpa”, logo mais barata, mas que continue alinhada a seus interesses fundamentais.

A imprensa, claro, trata essas organizações como proporcionando “selos de qualidade” a candidatos, sem investigar o que elas de fato representam.

São todos oficialmente “apartidários” e costumam anunciar preferência por partidos “novos” – e aí são citados sempre Novo, Rede e PSOL.

Novo e Rede estão no seu lugar, mas o PSOL entra para que possam afirmar que apoiam “da centro-direita [sic] à centro-esquerda”.

Acho que seria bacana se a direção do PSOL tomasse uma posição clara e decidisse que não dará legenda para ninguém que tenha passado pelas escolinhas de formação de quadros do capital.

.x.x.x.x.

Luis Felipe Miguel é professor de Ciência Política na UNB.