PSOL quer Boulos candidato ao Senado em 2026; Planalto discorda

Atualizado em 22 de outubro de 2025 às 11:40
Guilherme Boulos (PSOL) em Heliópolis (SP) durante ato de campanha em 2024. Foto: Divulgação

O PSOL está pressionando Guilherme Boulos (PSOL-SP), atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, a disputar o Senado nas eleições de 2026, apesar da expectativa dentro do governo Lula de que ele permaneça à frente da pasta até o final do mandato.

Caso Boulos aceite a candidatura ao Senado, precisará deixar o cargo, já que a legislação exige que o prazo de desincompatibilização ocorra até abril do ano que vem. A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, diz que ele é um “forte candidato” para o posto.

“É totalmente normal que a gente pense no nome do Boulos como um forte candidato para concorrer ao Senado no ano que vem. Eu acho que ele já apareceu muito bem posicionado nas pesquisas e, com um cenário tão indefinido, eu acho que é muito cedo para a gente cravar esse tipo de decisão”, afirmou.

Boulos foi o recordista de votos em São Paulo nas eleições de 2022, com mais de 1 milhão de votos. Caso decida não concorrer ao Senado, o PSOL de São Paulo perderá o maior puxador de votos da história do partido.

O partido já começa a cogitar alternativas para o cargo, com nomes como a deputada federal Erika Hilton, uma aposta no “voto de opinião”, e Natália Szermeta Boulos, esposa de Boulos, o que manteria o sobrenome popular nas urnas. A candidatura dependerá de uma deliberação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual o casal faz parte.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, e o presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Outros nomes estão sendo discutidos dentro do PSOL para garantir que o partido mantenha a sua representatividade na Câmara dos Deputados, com opções como Ivan Valente, Luiz Erundina, Sonia Guajajara (ministra dos Povos Originários), Lucilene Cavalcante e Juliano Medeiros (ex-presidente da legenda). Todos eles foram eleitos em 2022 e são vistos como opções viáveis para manter o número de cinco deputados atuais.

Apesar da pressão do PSOL, lideranças do PT afirmam que Boulos concordou com o pedido de Lula para continuar no cargo de secretário até o fim do governo. A estratégia seria garantir a reeleição de Boulos e sua possível recondução ao ministério por mais quatro anos.

Petistas argumentam ainda que Boulos não estaria satisfeito com a rotina no Congresso, o que o levaria a abrir mão da candidatura ao Senado e seguir com seu trabalho no governo.

Em 2018, Boulos foi o candidato do PSOL à presidência da República, mas não obteve sucesso. Dois anos depois, ele tentou a prefeitura de São Paulo, onde chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Bruno Covas (PSDB). No ano passado, novamente disputou o segundo turno para a prefeitura de São Paulo, mas perdeu para Ricardo Nunes (MDB).

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.