
O voto do ministro Luiz Fux no julgamento da trama golpista, em que defendeu a nulidade total do processo contra Jair Bolsonaro e aliados, provocou forte reação no PT. Em publicação no X, o partido afirmou que o magistrado age de forma “contraditória” e busca “livrar Bolsonaro, políticos e militares” acusados de tentativa de golpe.
“É no mínimo contraditório, pois, após julgar milhares de ações relacionadas aos golpistas do 8 de janeiro sem questionar a competência do foro, agora, no momento de julgar quem comandou o núcleo central do golpe, ele alega que o STF não tem competência para avaliar o caso”, disse a nota.
O partido diz que Fux “trai a democracia, a justiça, as instituições brasileiras e o próprio Supremo” com a manifestação. A publicação foi excluída pelo perfil do PT no X.
Nas redes sociais, a crítica ganhou repercussão imediata. A expressão “Fux apoia golpista” ultrapassou 100 mil menções no X, impulsionada por militantes e simpatizantes da esquerda. Do outro lado, bolsonaristas fizeram circular a hashtag “Fux honra a toga”, que já acumulava mais de 560 mil menções na rede social.

A manifestação de Fux, que agravou bolsonaristas e lavajatistas, recebeu críticas de juristas e até de colegas do ministro. Um membro da Corte chegou a dizer que o voto foi “um dos mais malucos da história do STF”.
Outros magistrados apontam contradição, já que ele jamais questionou as centenas de processos relacionados aos envolvidos no ataque de 8 de janeiro de 2023 e chegou a votar, em março, a favor do recebimento da denúncia contra Bolsonaro e seus aliados do “núcleo central”.
Fux defendeu a “incompetência absoluta” no caso e disse que a Primeira Turma está “julgando pessoas sem prerrogativa de foro”.