Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideram quase certa uma condenação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no novo inquérito que investiga o deputado federal licenciado, devido às declarações feitas sobre o ministro Alexandre de Moraes, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
De acordo com cinco magistrados do STF, as falas do bananinha sobre as possíveis sanções dos Estados Unidos, sob o governo Trump, contra Moraes já configuram coação contra integrantes da corte.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi quem solicitou ao STF que Eduardo fosse investigado. Em seu pedido, Gonet mencionou postagens feitas pelo deputado em redes sociais e entrevistas que ele concedeu a veículos de imprensa. Nessas declarações, Eduardo Bolsonaro liga as sanções contra Moraes ao avanço das investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a tentativa de golpe.
“Há um manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na Ação Penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”, destacou a PGR.
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Ministros do STF acreditam que este episódio pode gerar mais tensão com o Legislativo, já que a base bolsonarista provavelmente recorrerá à imunidade parlamentar para justificar as ações de Eduardo. No entanto, os magistrados consideram que o caso seguirá com rapidez, mesmo diante das pressões da Câmara.
Por sua vez, Eduardo Bolsonaro afirmou que acredita que a investigação acelerará as ações dos EUA contra Moraes. Aliados do deputado apontam que, com essa medida, a chance de Eduardo retornar ao Brasil se torna mais remota. Eles indicam que o filho “03” de Bolsonaro demonstra receio de ser preso caso volte ao país.
“Eu já tinha dito que só voltaria ao Brasil com o Moraes sancionado e acredito que esta decisão acelere esse processo. Para eu pensar no retorno, as coisas precisam acontecer. Eu quero retornar, mas não posso levar uma pena de 12 anos na cabeça. Eu não posso ficar na coleira do Moraes. Ele é que tem que ficar encoleirado no quadrado dele, dentro das competências dos poderes”, disse Eduardo ao Globo.
Na semana passada, após o chefe do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, admitir a possibilidade de a gestão de Donald Trump aplicar sanções contra Moraes, Eduardo Bolsonaro comemorou, dizendo: “Venceremos”.
Posteriormente, em entrevista à CNN, o deputado aumentou o tom de suas declarações, listando punições que deveriam ser impostas a Moraes, como o bloqueio de vistos e a proibição de “realizar compras” com cartão de crédito.
O parlamentar ainda fez um alerta a autoridades, dizendo que elas “não se metessem” no caso e afirmando que “qualquer pessoa que se relacione com Alexandre de Moraes também ficará à mercê de receber essas mesmas punições”.