“Putaria, mas não é bagunça”: como trabalham e quanto ganham vendedores de nudes na web

Atualizado em 13 de dezembro de 2023 às 18:51
Bruno ZL (Novinho Da ZL), Beatriz Miuky e Gabriel Coimbra são produtores de conteúdo +18. Foto: Reprodução/g1

Com a pandemia de Covid-19 e a popularização de plataformas especializadas em conteúdo adulto, o número de produtores de fotos e vídeos eróticos tem crescido nos últimos anos. A venda online de nudes tem rendido dezenas de milhares reais mensais a diversos criadores desse tipo de conteúdo.

Segundo o g1, alguns produtores de conteúdo adulto chegam a receber entre R$ 20 mil e R$ 50 mil por mês nessas plataformas. Os números podem ser ainda maiores, chegando a R$ 200 mil, como é o caso de Aline Novak, de Curitiba (PR), que produz conteúdos para o público heterossexual com o marido.

Um dos principais atrativos dessas plataformas é o pagamento em dólar, que faz o faturamento dos produtores ser ainda maior. Nem todos ganham dinheiro com esse tipo de conteúdo, no entanto, já que alguns têm dificuldade para monetizar conteúdos +18 e atrair assinantes.

As plataformas mais usadas pelos produtores de conteúdo adulto são o Onlyfans, que paga em dólar, e o Privacy, que paga em real. Outros aplicativos menos conhecidos, como MyFans, OnNowPlay e ManyVids são outros meios citados.

Há ainda quem venda esses conteúdos pelo Telegram, que geralmente é usado como vitrine para disponibilizar prévias de conteúdos. Outra rede social frequentemente usada com esse propósito é o X (ex-Twitter), que tem brecha para publicação de fotos e vídeos eróticos.

Aline Novak grava vídeos eróticos com o marido. Foto: Reprodução

A criadora de conteúdo Beatriz Miuky (27), é casada com Diego Mineiro, também produtor de vídeos eróticos. Ela diz que “trabalha com putaria, mas não é bagunça”, já que produz vídeos apenas com mulheres, enquanto o marido faz somente com outros homens.

Muitos desses profissionais só aceitam sexo uns com os outros, nas famosas “collabs”, após exames para detectar e evitar infecções sexualmente transmissíveis.

Outro problema na profissão, aponta Bruno ZL, um dos principais criadores de conteúdo adulto no universo gay, é o julgamento da família. Ele, que tem mais de 1 milhão de seguidores no X, começou a vender seus nudes em 2022 e disse ter ficado sem falar com o pai por um tempo.

“A minha família é muito conservadora, cristã, e foi difícil para as pessoas aceitarem. Aconteceu uma vez de mostrarem um dos vídeos para o meu pai, e ele quase teve um infarto. Ficamos sem falar por um tempo. Hoje, está mais tranquilo, mas não tocamos nesse assunto”, relata.

Alguns sofrem com o vazamento de conteúdos que deveriam ser somente vendidos. Gabriel Coimbra (29) também vende nudes e já teve imagens suas usadas por uma pessoa que fingia ser ele no Grindr, principal aplicativo de relacionamento da comunidade LGBTQIA+.

Beatriz também teve materiais vazados e publicados sem sua autorização no X. Ela chegou a contratar um advogado, mas não foi o suficiente para remover o conteúdo do ar, e acabou desistindo, admitindo que esse é um dos riscos da profissão.

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