Putin chama rebelião do Grupo Wagner de ‘facada nas costas’ e promete punir traidores

Atualizado em 24 de junho de 2023 às 11:36
Putin em pronunciamento nacional

A rebelião do chefe da companhia militar privada Wagner, Evgeny Prigozhin, equivale a uma “facada nas costas” da Rússia e de seu povo, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em discurso à nação na manhã de sábado, 24.

Ele também assegurou que tomará ações decisivas para restaurar a ordem.

Em um discurso televisionado, Putin apelou aos militares russos e àqueles “que foram atraídos para esta aposta criminosa por engano ou ameaças”, sem citar o líder Prigozhin em particular.

Putin observou que Moscou está engajada em uma luta histórica para proteger seu futuro enquanto “repele a agressão de neonazistas e seus mestres” no Ocidente.

“Estamos lutando pela vida e segurança de nosso povo, por nossa soberania e independência. Pelo direito de ser e permanecer a Rússia”, disse o presidente russo, exortando os concidadãos a unirem forças e deixarem de lado todas as divisões que possam ser exploradas por adversários estrangeiros.

“É por isso que as ações que dividem nossa unidade são, na verdade, apostasia de nosso povo, de nossos companheiros de armas. Isso é uma punhalada nas costas de nosso país e de nosso povo”, falou.

Nesse cenário, as Forças Armadas da Rússia e outras agências governamentais receberam as ordens necessárias, disse Putin, também apontando que medidas antiterroristas foram introduzidas em Moscou e em várias outras áreas.

Ele também disse que “ações decisivas serão tomadas para estabilizar a situação em Rostov”, no sul da Rússia. No início do dia, vários meios de comunicação compartilharam clipes de tanques se movendo pela cidade, com soldados não identificados patrulhando as ruas.

O presidente russo também exortou aqueles que estão sendo atraídos para a insurreição a “fazer a única escolha certa e parar de participar de ações criminosas”.

Na sexta-feira, Prigozhin acusou o Ministério da Defesa da Rússia de lançar um ataque de míssil mortal em um acampamento do Grupo Wagner, prometendo retaliação. O ministério, no entanto, rejeitou a alegação, descrevendo-a como “uma provocação”.

As autoridades russas declararam que abriram uma investigação criminal contra o chefe do Grupo Wagner por supostamente convocar uma rebelião armada.