A entrevista concedida pelo presidente russo Vladimir Putin, em Moscou, ao apresentador de extrema-direita Tucker Carlson durou quase duas horas e foi transmitida localmente em inglês e russo, após ser amplamente aguardada desde o anúncio.
Putin reiterou suas posições sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, desculpando-se pelo tempo dedicado a essa contextualização.
Um dos pontos mais debatidos foi a questão dos prisioneiros, com o líder russo indicando a possibilidade de uma troca, embora com condições a serem discutidas entre os serviços de inteligência. Sobre a guerra e as tensões com o Ocidente, o presidente russo criticou a expansão da Otan e reforçou sua posição em relação à Ucrânia, alegando que a reunificação é inevitável.
“Eles [o Ocidente] têm assustado o mundo todo o tempo todo: [dizem que] amanhã a Rússia usará armas nucleares táticas, amanhã usará outra coisa, e depois de amanhã”, disse Putin. “Essas são apenas histórias de terror para pessoas comuns, contadas para extrair dinheiro delas”.
No entanto, Putin descartou a ideia de uma guerra mundial, enfatizando os riscos que ela representaria para a humanidade. A entrevista, que marcou o primeiro diálogo do presidente russo com um jornalista ocidental desde o início da crise na Ucrânia, atraiu a atenção de milhões de espectadores, incluindo personalidades como Elon Musk.
“Isso é absolutamente impossível. Você não precisa ser nenhum tipo de analista: é contrário ao bom senso ser arrastado para algum tipo de guerra global. E uma guerra global colocará toda a humanidade à beira da destruição. Isto é óbvio”, afirmou o russo.
Este evento ocorre em um contexto político crucial, com as eleições nos EUA se aproximando e os republicanos pressionando por uma resolução rápida da guerra na Ucrânia. A entrevista gerou reações diversas, desde apoio fervoroso até críticas contundentes, destacando a polarização em torno do assunto.
Tucker Carlson, conhecido por suas posições alinhadas à direita, vem se destacando em plataformas alternativas após sua saída da Fox News, o que tornou este encontro ainda mais relevante no cenário midiático internacional.
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