Putin lança “maior ataque aéreo” contra a Ucrânia após conversa sem avanços com Trump

Atualizado em 5 de julho de 2025 às 9:56
Chamas e fumaça tomam da capital da Ucrânia de Kiev após ataques de mísseis e drones russos. Foto: Oleksii Filippov/AFP

A Rússia lançou o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra. A ofensiva começou entre a noite de quinta-feira (4) e a madrugada desta sexta-feira (5), envolvendo 539 drones e 11 mísseis, segundo autoridades ucranianas. O bombardeio atingiu diversas regiões do país, com destaque para Kiev, e deixou ao menos 23 pessoas feridas, conforme informações do Globo.

O ataque aconteceu pouco antes da ligação entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e um dia depois da conversa entre o ex-presidente dos Estados Unidos e Vladimir Putin.

Trump afirmou a repórteres que o telefonema “não teve nenhum avanço”. Já o Kremlin disse que o diálogo durou quase uma hora e que Putin reforçou que a Rússia “não desistirá de seus objetivos” na Ucrânia.

A Força Aérea da Ucrânia classificou o ataque como o maior já realizado pelos russos em uma única onda de projéteis. Em publicação no X, Zelensky informou que 270 dispositivos foram abatidos — sendo 208 neutralizados por guerra eletrônica.

“Os primeiros alertas de ataque aéreo em nossas cidades e regiões começaram a soar ontem [quinta] quase simultaneamente com as reportagens na mídia sobre uma ligação telefônica entre o presidente Trump e Putin. Mais uma vez, a Rússia demonstra que não tem intenção de encerrar a guerra e o terror. Somente por volta das 9h da manhã de hoje [3h em Brasília] o alerta aéreo foi encerrado em Kiev. Foi uma noite brutal e sem sono”, escreveu o presidente ucraniano.

A ação militar atingiu simultaneamente regiões como Dniéper, Sumy, Kharkiv e Chernihiv. Além das explosões diretas, civis também ficaram feridos pelos destroços dos projéteis interceptados.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiga, criticou duramente o presidente russo: “Putin está claramente demonstrando seu absoluto desrespeito pelos Estados Unidos e por qualquer um que peça o fim da guerra”.

Dados da agência francesa AFP apontam que a Rússia intensificou os ataques aéreos nas últimas semanas. Só em junho, Moscou disparou um número recorde de mísseis e drones contra o território ucraniano. O aumento da ofensiva acontece em meio à ausência de progresso em negociações diretas de paz entre os dois países.