
A rejeição à anistia dos golpistas do 8 de janeiro aumentou, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8). O levantamento mostra que 47% dos entrevistados são contra qualquer tipo de perdão, enquanto 35% defendem a anistia para todos os envolvidos — incluindo Jair Bolsonaro (PL) — e 8% apoiam apenas para manifestantes. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A maioria dos entrevistados também se opõe ao projeto de lei da Dosimetria, articulado por Michel Temer (MDB) e Aécio Neves (PSDB-MG), que propõe reduzir as penas impostas aos condenados pelos atos golpistas. De acordo com o instituto, 52% rejeitam a proposta, considerando as punições justas, enquanto 37% são favoráveis à redução das sentenças.

O levantamento aponta ainda ampla rejeição à chamada PEC da Blindagem, que limita a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério Público, dificultando a prisão de parlamentares. Segundo a pesquisa, 63% dos brasileiros são contra a proposta, e apenas 22% a apoiam. A medida foi aprovada na Câmara, mas acabou arquivada pelo Senado após forte reação pública.
As manifestações contrárias à PEC, que mobilizaram movimentos sociais, artistas e lideranças políticas em várias capitais, foram interpretadas como um sinal de fortalecimento do governo Lula. De acordo com a Quaest, 39% dos entrevistados avaliam que o presidente saiu mais forte após os protestos, enquanto 30% consideram que ficou mais fraco.

O resultado reforça uma tendência de apoio ao cumprimento das decisões judiciais e de resistência popular a tentativas de interferência nas punições impostas aos responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro.
A pesquisa também indica que os brasileiros veem com desconfiança iniciativas de flexibilização das penas ou de blindagem parlamentar, avaliando que tais medidas enfraquecem as instituições e beneficiam políticos investigados.
O estudo foi realizado entre os dias 2 e 5 de outubro, com 2.004 entrevistas presenciais em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.