O Palácio do Planalto acompanha com alta expectativa a divulgação da nova pesquisa Genial/Quaest, marcada para a próxima quarta-feira (16). O levantamento, que ouviu 2.004 pessoas em todas as regiões do país, deve medir o impacto do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros, além de avaliar a popularidade do presidente Lula e o sentimento da população em relação à economia. Com informações do Globo.
A equipe de Lula aposta que o enfrentamento público ao tarifaço, associado à defesa da soberania nacional, pode fortalecer sua imagem e recuperar a aprovação. Pesquisas anteriores, como a da Atlas Intel, já haviam sinalizado uma recuperação, com aumento de dois pontos na aprovação do presidente e queda na desaprovação.
Além das tarifas americanas, a Quaest incluirá no levantamento perguntas sobre temas econômicos cotidianos, como preços de alimentos, custo de vida e renda. O governo tem adotado estratégias de comunicação voltadas especialmente aos eleitores com renda de até dois salários mínimos, grupo que pode ser decisivo para melhorar a avaliação presidencial.
A gestão Lula intensificou críticas aos super-ricos, bancos e apostas online, tentando mostrar ações concretas para o público mais vulnerável economicamente. O Planalto também observa com atenção o humor popular sobre a condução da economia e o otimismo em relação ao futuro do país.
Outro ponto que a pesquisa deve captar é o desgaste provocado pelas recentes tensões entre o Executivo e o Congresso. O governo enfrenta dificuldades para aprovar sua nova política fiscal e enfrenta resistência na Câmara, cenário que também impacta a avaliação do presidente.
Internamente, o Planalto acredita que o desgaste do Congresso e a ofensiva de Trump podem reforçar a narrativa do governo como defensor do interesse nacional frente a adversários externos e internos. A expectativa é que isso reverta parte da percepção negativa sobre a gestão petista.
O governo também acompanha de perto os movimentos da oposição, como o apoio declarado de Tarcísio de Freitas a Trump e a articulação de Jair Bolsonaro para lançar Sóstenes ao Senado pelo Rio. A combinação entre fortalecimento interno e posicionamento internacional é vista como essencial para a recuperação da popularidade de Lula.