
A repercussão digital do primeiro dia de julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcada por uma forte mobilização da base bolsonarista. Um levantamento da Quaest, realizado na terça-feira (2), revelou que as menções contra a prisão de Jair Bolsonaro (PL) foram três vezes maiores que as favoráveis, em um universo de 746 mil posts analisados nas redes sociais.
A pesquisa apontou que 64% das manifestações eram contarias à condenação, enquanto apenas 19% eram a favor. A estratégia online se articulou em torno da hashtag “#BolsonaroFree”, buscando dar visibilidade ao caso e clamar pela liberdade do ex-presidente. Do lado oposto, os críticos de Bolsonaro comemoraram o início do julgamento e cobraram sua condenação.
A Quaest destacou que a direita conseguiu “mobilizar uma narrativa consistente de perseguição política e injustiça”, baseada na ideia de que Bolsonaro é vítima de um sistema manipulado para afastá-lo da vida pública.
Em contrapartida, os defensores do julgamento se concentraram em reforçar a soberania do Brasil em suas decisões, argumentando que a ação “não se trata de perseguição política, mas de responsabilização de atores que atentaram contra a democracia”.
A pesquisa da consultoria também identificou um esforço de conscientização por parte dos perfis favoráveis à condenação, que procuraram explicar os motivos do julgamento para “disputar a narrativa com a base bolsonarista”.
O impacto do tema também foi sentido no Google, onde as buscas por informações sobre o julgamento dispararam.
A Quaest avaliou que o “alto grau de engajamento” indica que o tema continuará a gerar grande repercussão e mobilização nos próximos dias de sessões no STF.