Quaest: queda da diferença e indecisos geram otimismo na campanha de Boulos

A nova rodada da pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), trouxe dados que acendem o alerta nas campanhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Com as eleições municipais em São Paulo se aproximando, ambos os candidatos observam atentamente como o recente apagão da Enel pode impactar nas urnas no segundo turno, marcado para o dia 27 de outubro.

Segundo o levantamento, Nunes lidera com 45% das intenções de voto, enquanto Boulos aparece com 33%. Embora a vantagem do atual prefeito de SP ainda seja significativa, a diferença de 12 pontos percentuais registrada pela Quaest é menor do que a mostrada pela pesquisa Datafolha da última quinta-feira (10), que indicava uma distância de 22 pontos entre os candidatos.

Nos bastidores, aliados de ambos os candidatos comemoraram os resultados por diferentes razões. Para a campanha de Boulos, a redução da diferença é vista como um sinal de que sua candidatura se tornou mais competitiva. A equipe do candidato acredita que, com uma margem menor, a disputa passou a ser uma “corrida de 100 metros”. Um aliado do deputado expressou otimismo: “Temos grandes possibilidades de avançar”.

A equipe do PSOL pretende focar em conquistar o voto dos indecisos, que representam 26% do eleitorado segundo a pesquisa espontânea. Em nota, a campanha destacou: “Esse percentual pode ser decisivo para construir a virada”. Boulos também tem explorado o apagão da Enel para criticar Nunes, reforçando sua posição como “o candidato da mudança”.

Por outro lado, a campanha de Ricardo Nunes avalia o resultado de forma positiva, destacando que a liderança com 45% das intenções de voto ainda oferece uma margem confortável. Além disso, ele continua recebendo a maior parte dos votos que foram destinados a Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno, o que fortalece sua posição.

O coordenador da campanha, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), comentou que os números da Quaest estão alinhados com as pesquisas internas do partido e ressaltou a “força” do atual prefeito e sua “gestão competente”. A pausa nos compromissos de campanha devido ao apagão, embora não planejada, tem sido vista como uma oportunidade para Nunes mostrar sua atuação em situações de crise.

Outro ponto favorável para o emedebista é sua menor taxa de rejeição em comparação com Boulos. De acordo com a pesquisa Quaest, 45% dos eleitores afirmam ter “medo” de uma vitória de Boulos, enquanto 32% temem a reeleição de Nunes. Esse dado é visto como crucial pela equipe do prefeito para consolidar seu eleitorado até o dia da votação.