
Em 2019, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando estava preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR), enviou uma carta parabenizando o escritor e compositor Chico Buarque pelo Prêmio Camões, considerado a mais importante premiação literária dos países de língua portuguesa.
“Parabéns pelo Prêmio Camões. Fiquei feliz pelo prêmio, mas muito mais feliz porque a Globo teve que colocar você no ar em horário nobre”, escreveu Lula, mandando abraços e beijos para a então namorada de Chico, a jurista Carol Proner.

Em resposta, Chico e Carol enviaram, por meio de amigos que visitavam Lula, uma foto dos dois fazendo o “L”. O músico foi o 13º brasileiro vencedor do prêmio. A honraria não foi entregue porque o então presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusou a assinar a documentação necessária para que Chico recebesse o diploma. A entrega também ficou prejudicada pelo confinamento imposto pela pandemia de Covid-19.

Nesta segunda-feira (24), a agenda de Lula, em Portugal, prevê a cerimônia de entrega do prêmio ao cantor após os quatro anos de espera.
O prêmio que homenageia o poeta português Luís de Camões (1524-1580) contempla anualmente autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Desde a recusa do ex-capitão, todos os vencedores do prêmio, incluindo Buarque, ainda não o receberam. Entre eles estão o português Vitor Manuel de Aguiar e Silva (2020), a moçambicana Paulina Chiziane (2021) e o brasileiro Silviano Santiago (2022).