“Quantos mais vão ter que morrer para vocês pararem?”, questiona professora

Atualizado em 30 de março de 2021 às 12:40
Professor na pandemia. Foto: Reprodução

Publicado originalmente no Instagram do Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis):

Por Ana Paula de Aquino Barros, professora da rede municipal

Meu coração grita, meu corpo compadece, minha mente enlouquece. Parem de nos matar, parem…. Quantos mais vão ter que morrer para vocês pararem?

Escolas abrindo como se nada tivesse acontecendo, sem EPIS, culpa do sindicato? Um ano de pandemia nenhuma melhoria nas unidades nem uma janela nova foi aberta, ventiladores instalados, pinturas realizadas ou até mesmo uma simples campina.

E o professor não que voltar a trabalhar. Acredite estamos com muitas saudades do nosso trabalho, nossa rotina, queremos muito voltar. Só gostaríamos de voltar e sentirmos seguros.

Parem de nos matar. Queremos viver e se tivermos que morrer que ao menos tenhamos chance de tentar. Dignidade de morrer tentando. Que país seremos quando tudo isso acabar, o país que teve que escolher os jovens para não morrer pois os idosos tem menos chance.

Pense nos profissionais da saúde realizando essas escolhas. Por baixo de seus EPIS existem pessoas que pensam, sentem e sofrem.

Parem de nos matar, queremos trabalhar, queremos que a economia volte, queremos nossas vidas de volta, agora eu peço parem de nos matar.

Pois mesmo os que não estão morrendo da doença estão morrendo todo dia um pouco. Morrendo pelo descaso dos governantes, morrendo pelo abandono da população, morrendo pelo sofrimento do próximo.Parem de nos matar, como vamos viver depois disso tudo? Vamos sorrir, vamos algum dia sentir felicidade? Parem de nos matar, estamos todos morrendo uns fisicamente, outros morrendo todos os dias aos poucos. Parem de nos matar.

Parem de nos matar … eles têm nomes, família um amor. Eles estarão presentes para sempre!

Parem de nos matar!