Quaquá ataca Dilma. Por Valter Pomar

Atualizado em 31 de dezembro de 2021 às 8:42
Veja Quaquá e Dilma
Quaquá e Dilma Rousseff. Foto Divulgação Fotomontagem reprodução

O historiador e integrante da Direção Nacional do PT, Valter Pomar, escreve sobre a ex-presidente Dilma Rousseff. Mais especificamente sobre o ataque recente contra ela. No blog dele.

Ataque contra Dilma

O vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, talvez movido pelos fluidos natalinos, resolveu atacar gratuitamente a presidenta Dilma.

As declarações dadas por Quaquá estão disponíveis no endereço abaixo:

https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/vice-presidente-do-pt-diz-que-dilma-nao-tem-mais-relevancia-eleitoral

As afirmações de Quaquá são no mínimo absurdas.

Dilma Rousseff e Lula são os únicos petistas que conseguiram ser eleitos e reeleitos para à presidência da República. Em 2018, na disputa pelo Senado de Minas Gerais, Dilma recebeu 2,7 milhões de votos. Não sei por qual critério isso pode ser considerado eleitoralmente irrelevante.

Entretanto, muito mais importante que o “ponto de vista eleitoral” é a postura adotada por Dilma durante o processo de impeachment. Cometeu erros, como Lula e todo o PT também cometeram. Mas não há como negar que Dilma já entrou para a história, como uma heroína do povo brasileiro.

Isto incomoda muita gente. Incomoda em particular os que defendem – em 2022 – fazer uma aliança com parte dos golpistas de 2016. Por isso tentam esconder e desqualificar Dilma Rousseff.

Por exemplo imputando a ela, como faz Quaquá, a responsabilidade pelo êxito dos golpistas. O golpe teria acontecido porque -segundo Quaquá – Dilma se “atrapalhou”!

O mínimo que se pode dizer acerca desta afirmação de Quaquá é que esta não é a primeira e não será a última vez que se tenta colocar a culpa nas vítimas.

A atitude de Quaquá frente ao golpe de 2016 é da mesma natureza dos que, no final da ditadura, defenderam anistiar os crimes dos militares e seus cúmplices. A atitude de “desconsiderar o passado” ajuda a entender porque figuras como Bolsonaro existem e têm tanto apoio, inclusive nas forças armadas.

Segundo Quaquá, “existe um pedaço pequeno do PT que ainda fica nesse negócio de golpe. Política não se faz com ressentimento, se faz pensando em estratégias para transformar a vida do povo”.

O “negócio do golpe” resultou em Bolsonaro, em 615 mil mortos pela COVID, em 15 milhões de desempregados e 20 milhões de famintos etc. Portanto, falar do golpe não é se “apegar ao passado”; é defender uma estratégia que começa por derrotar os golpistas e desmontar tudo o que o golpe fez e significa.

Não me espanta que Quaquá não compreenda nem concorde com isso: afinal, ele defendeu e segue defendendo fazer alianças com bolsonaristas.

O que me espanta é que exista tanta gente no Diretório Nacional do PT que siga “passando o pano” nas atitudes de Quaquá. Espero que o ataque gratuito dele contra Dilma sirva para mudar esta atitude complacente com quem já demonstrou inúmeras vezes não ter limite algum.

PS: Registro a posição da companheira Gleisi Hoffmann, conforme texto disponível no seguinte endereço: https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/gleisi-hoffmann-rebate-vice-do-pt-e-elogia-dilma-merece-respeito

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