Quaquá: “pisoteando o túmulo de mais de 450 mil mortos”. Por Valter Pomar

Atualizado em 14 de fevereiro de 2023 às 20:59
Washington Quaquá e Eduardo Pazuello. Foto: Reprodução

Tem muita gente muito indignada com a foto acima.

Nessa foto, um deputado federal petista abraça e faz “joinha” ao lado de um ex-ministro do governo cavernícola.

Não qualquer ministro, mas exatamente aquele que esteve a frente do Ministério da Saúde num dos momentos mais letais da pandemia.

Alguém que merece ser processado, condenado e preso.

Assim sendo, compreendo a indignação.

Indignação compartilhada inclusive por pragmáticos.

Afinal, pragmatismo sin pundonor termina mal, como sabe muito bem o Candido Vaccarezza, cuja lembrança me veio agora: afinidades eletivas explicam.

Isto posto, embora seja solidário à indignação geral, confesso que, vindo do referido deputado, nada mais me espanta.

Não me espanta ele se declarar “marxista”, como o fez em sua intervenção no Diretório Nacional do PT reunido no dia 13 de fevereiro de 2023, intervenção dedicada a apresentar o projeto de resolução da tendência “Construindo um novo Brasil”.

Nem me espanta ele tirar a referida foto com Pazuello e postar a foto junto com um textículo onde se defende por antecipação da crítica dos “intolerantes”, elogia o “tom civilizado do General” e afirma querer “com ele criar pontes de diálogo com os militares”.

Não me espanto nem mesmo com o êxtase demonstrado por Quaquá na foto, contrastando com o olhar sem graça do amigo do homônimo da vaca fardada.

O único que tenho a dizer é que “não pode ser a esquerda que vai dar de braços a Bolsonaro, para sair as ruas pisoteando o túmulo de mais de 450 mil mortos”.

A frase acima é do Quaquá e está no jornal O Dia de 27 de maio de 2021, num artigo intitulado “é coerência que se chama?” Mais detalhes, aqui.

Publicado originalmente no blog do autor

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