Quem apoia quem: os padrinhos dos favoritos à sucessão de Barroso no STF

Atualizado em 9 de outubro de 2025 às 19:18
O ministro Luís Roberto Barroso. Foto: Divulgação

A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma nova disputa de bastidores em Brasília. A vaga, que caberá ao presidente Lula preencher, tornou-se um dos temas mais sensíveis no governo, dividindo forças entre o Palácio do Planalto, a cúpula do Senado e ministros da própria Corte. Com informações de Julia Duailibi, do G1.

Nos corredores do Planalto, o nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, é apontado como o favorito de Lula e de grande parte do PT. Ele tem a confiança do presidente e o apoio quase unânime da bancada petista, além de boa interlocução com ministros da Esplanada. Sua trajetória técnica e proximidade política o colocam em posição privilegiada para ocupar o assento que será deixado por Barroso.

No Senado, porém, a disputa ganha outros contornos. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é o nome mais citado entre parlamentares e ministros do STF. Ele é visto como um perfil moderado e institucional, capaz de representar uma ponte entre o Judiciário e o Legislativo. O apoio do senador Davi Alcolumbre, um dos principais articuladores do Senado, fortalece essa alternativa.

Bruno Dantas, Jorge Messias, Vinicius Carvalho e Rodrigo Pacheco. Foto: Divulgação

Há ainda um terceiro nome em ascensão: o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Com trânsito fácil entre políticos e ministros do Supremo, Ele é considerado um candidato de perfil técnico e conciliador. Sua presença na disputa amplia o leque de opções e reflete o esforço do Planalto em avaliar nomes que unam experiência jurídica e estabilidade política.

Apesar da movimentação intensa, aliados de Lula avaliam que a saída antecipada de Barroso chega em um momento delicado para o governo. A mudança de composição no STF reacende disputas internas e pode atrapalhar planos eleitorais.

Um dos efeitos diretos seria sobre Minas Gerais, onde Lula vinha estimulando a candidatura de Pacheco ao governo estadual em 2026. Sua eventual ida ao Supremo poderia desmontar esse projeto político.

Dentro do governo, a principal bússola para a escolha deve ser a confiança pessoal do presidente, o mesmo critério que guiou as nomeações de Cristiano Zanin e Flávio Dino. Nesse aspecto, Jorge Messias leva vantagem. Lula o considera leal, discreto e preparado para lidar com temas constitucionais de alta complexidade.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.