
A jornalista Manuela Borges, que há mais de uma década foi humilhada por Jair Bolsonaro diante das câmeras, viralizou por zombar da prisão do ex-presidente em um vídeo gravado em frente à sede da Polícia Federal, em Brasília. Ela publicou a gravação nas redes sociais, chamando o episódio de uma “profecia” que finalmente se cumpriu.
Manuela ganhou destaque nacional em 2014, quando ainda era repórter da RedeTV! e questionou Bolsonaro sobre o golpe militar de 1964. Na ocasião, ela perguntou se o ex-deputado sustentava que não houve golpe — e foi atacada.
Ela se formou em jornalismo em 2003 no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), trabalhou como repórter no Jornal de Brasília entre 2006 e 2008, entrou na Record de Brasília e foi transferida para São Paulo posteriormente para cobrir temas de política e segurança pública.
Posteriormente, em 2011, foi para a RedeTV!, onde ficou até 2014. Entre 2016 e 2018, ela fez Mestrado em Ciência da Informação na Unb (Universidade de Brasília), com pesquisa focada em Lei de Acesso à Informação (LAI) e hábitos busca de usuários. Manuela trabalha no ICL Notícias desde 2022, com a cobertura de política.
Ele a chamou de “idiota”, “analfabeta” e “ignorante”. O episódio gerou repercussão imediata e resultou em uma representação do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal contra o então parlamentar. O órgão pediu para que ele fosse investigado pelo Conselho de Ética da Casa.
Manuela disse na época que pretendia processar Bolsonaro por injúria e difamação, mas não prosseguiu com a ação. Ela afirmou que não teve respaldo da empresa e sentiu medo diante da repercussão dos insultos.
Onze anos depois, a profecia da jornalista Manuela Borges se concretizou.
DITADURA NUNCA MAIS pic.twitter.com/dT88Kp0Yoz
— Lázaro Rosa 🇧🇷 (@lazarorosa25) November 25, 2025
Bolsonaro ficou conhecido pela hostilidade com profissionais de imprensa, principalmente mulheres, e manteve o hábito mesmo após se tornar presidente.
Durante as eleições de 2022, quando buscava a reeleição, ele atacou Vera Magalhães e afirmou que ela era “mentirosa” e uma “vergonha” para a profissão. No ano anterior, ele foi condenado a indenizar Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, após dizer que ela “queria dar o furo”.