
Com mais de 34 mil seguidores no Instagram, Karolina Trainotti exibe uma vida de luxo marcada por viagens internacionais, festas e presença em eventos de alto padrão nas redes sociais. Formada em administração pela universidade Mackenzie, ela aparece em fotos no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, no festival Burning Man, o maior evento de música eletrônica que acontece no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, além de registros no Empire State, em Nova York, ou entre carnavais em São Paulo e Olinda.
Também circula em ambientes corporativos de elite, como o CEO Conference, o “maior evento anual do BTG Pactual”, como a ré por lavagem de dinheiro descreveu em uma publicação. A imagem de influenciadora de luxo, porém, contrasta com as suspeitas de crimes financeiros ligada ao esquema internacional de tráfico comandado por Rowles Magalhães.

Apartamento de R$ 4,3 milhões
A relação de Karolina com o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, tornou-se pública após a doação de um apartamento de R$ 4,3 milhões na região da Faria Lima, local onde também estão outros imóveis ligados ao banqueiro.
A transferência foi oficializada em dezembro de 2024 e ocorreu após o imóvel circular entre empresas controladas por Vorcaro, como a Viking Participações e a Super Empreendimentos e Participações, esta última dona de propriedades milionárias associadas ao empresário.
Morando no 37º andar, Karolina não respondeu aos contatos da imprensa. Seu advogado, Eugênio Pacelli, afirmou que ela não comentaria o caso. Vorcaro também permaneceu em silêncio.
O banqueiro foi preso preventivamente em novembro por suspeita de fraude em um negócio de R$ 12 bilhões com o BRB, sendo solto dias depois por ordem judicial.

Lavagem de dinheiro
Karolina se tornou ré a partir das investigações que cercam Rowles Magalhães, apontado pela Polícia Federal como integrante do primeiro escalão de uma organização criminosa responsável por enviar cocaína para a Europa por meio de jatos executivos.
Segundo o Ministério Público Federal, ela teria sido “destinatária dos recursos de origem criminosa que Rowles pretendia omitir”, recebendo R$ 271 mil entre 2020 e 2021, parte por meio do esquema dólar-cabo. “Ele chegava e passava as contas da família dele (…) e da amante, que era a Karolina”, relatou o doleiro.
Em outra troca de mensagens, Rowles afirmou: “vou precisar fazer alguma coisa”. Questionado sobre o valor, respondeu: “uns 15 mil daí”, que foram depositados no mesmo dia.
A denúncia afirma que “a forma como as transações foram realizadas não deixa dúvida acerca da intenção de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores oriundos do tráfico internacional de drogas”.
A defesa sustenta que ela recebia uma “mesada” como “sugar baby” e “nunca soube do suposto tráfico de drogas imputado aos corréus”.
A investigação também aponta que outras mulheres próximas a Rowles atuavam na guarda de dólares, na lavagem de capitais ou eram beneficiadas com presentes e viagens, compondo o círculo pessoal usado pelo lobista para movimentar valores ilícitos.
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