Quem é Aurélio Goiano, o prefeito expulso da COP30 após agredir jornalistas

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 17:28
Prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano, tenta se explicar após agredir jornalistas

O prefeito de Parauapebas (PA), Aurélio Goiano (Avante), teve sua credencial suspensa e foi retirado da COP30, em Belém, após agredir três jornalistas do Grupo Liberal dentro da área azul do evento. O episódio aconteceu na sexta-feira (14) e é investigado pela Polícia Civil, que informou que o caso é de responsabilidade da ONU por ter ocorrido em área administrada pela organização.

As jornalistas Ísis Bem e Vanessa Araújo relataram ter sido alvo de xingamentos e ofensas de cunho de gênero durante a cobertura da conferência. No mesmo momento, o repórter Wesley Costa foi agredido fisicamente com um tapa no rosto enquanto trabalhava no local. A equipe de segurança da ONU interveio e retirou o prefeito do espaço.

Após a expulsão, a coordenação da COP30 confirmou a suspensão da credencial de Aurélio Goiano, barrando sua participação em qualquer atividade da conferência. A decisão foi comunicada às autoridades brasileiras que atuam no suporte ao evento, reforçando os protocolos de segurança e conduta exigidos para delegações e visitantes.

Nas redes sociais, Aurélio Goiano reagiu em tom de deboche, afirmando que “tudo inventam para nos queimar”. A manifestação não apresentou explicações para o comportamento adotado nem para as agressões registradas pelos jornalistas.

Wesley Costa realizou exame de corpo de delito, que deve ser concluído em até 15 dias. O documento integrará o inquérito conduzido pela Polícia Civil. O repórter afirmou que seguirá colaborando com as investigações e destacou a importância da preservação da integridade de profissionais de imprensa em eventos internacionais.

Prefeito Aurélio Goiano, à esquerda, e o jornalista Wesley Costa, à direita

O Sindicato dos Jornalistas do Pará divulgou nota em que “repudia a agressão ocorrida dentro de um evento internacional da ONU” e confirmou que prestará apoio aos profissionais. A entidade também informou que cobrará apuração rigorosa das autoridades competentes.

A Polícia Civil esclareceu que, por ter ocorrido em área sob jurisdição da ONU, caberá à organização conduzir a investigação administrativa interna. O órgão brasileiro acompanhará o caso para garantir que todos os procedimentos legais sejam cumpridos.

O episódio ganhou repercussão no estado e se tornou um dos momentos mais tensos da COP30 em Belém. A agressão reacendeu debates sobre liberdade de imprensa, segurança em grandes eventos e a postura de autoridades públicas em espaços de representação internacional.