Quem é Filipe Martins, ex-assessor que apresentou proposta golpista a Bolsonaro

Atualizado em 21 de setembro de 2023 às 9:55
Ex-presidente Jair Bolsonaro e Filipe Martins, seu ex-assessor. (Foto: Reprodução)

Em depoimento à Polícia Federal (PF), como parte do acordo de delação que firmou para colaborar nas investigações envolvendo Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, revelou informações cruciais sobre a origem de um polêmico documento que desencadeou controvérsias políticas, a chamada “minuta do golpe”.

Segundo informações divulgadas pelo Uol, tal minuta, que levou à prisão temporária do ex-ministro Anderson Torres e é vista como uma das principais evidências de tentativa de rompimento com a democracia, teria sido entregue nas mãos de Bolsonaro por Filipe Martins, ex-assessor conhecido por sua atuação em questões internacionais durante o governo do ex-capitão.

Filipe Martins, conhecido por seu fanatismo a Olavo de Carvalho, desempenhou um papel influente como assessor especial da Presidência para assuntos internacionais durante o governo do ex-chefe de estado brasileiro, apesar de não possuir experiência ou conhecimento substancial nessa área.

Ele ganhou notoriedade anteriormente devido a um gesto que fez no Senado Federal, junto ao então presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que foi interpretado como um gesto associado a grupos supremacistas brancos.

Durante uma sessão no Senado em março de 2021, enquanto o então chanceler Ernesto Araújo era ouvido, Martins fez o gesto conhecido como “WP” usando os dedos da mão direita. Essa sigla é uma referência a “White Power” ou “Poder Branco” em português, um gesto notório em círculos neonazistas e supremacistas brancos nos Estados Unidos. Embora tenha enfrentado processos relacionados a esse gesto, Martins foi posteriormente absolvido pela Justiça em outubro do mesmo ano.

É importante mencionar que durante o período eleitoral, Martins também utilizou suas redes sociais para disseminar um discurso alinhado ao governo do ex-capitão, questionando a confiabilidade das urnas eletrônicas e levantando dúvidas sobre os resultados das eleições. No entanto, após a derrota no segundo turno, Martins interrompeu suas atividades de publicação nas redes sociais.

O documento, citado por Cid, teria sido pessoalmente entregue a Bolsonaro por Martins, acompanhado por um advogado constitucionalista e um padre, cujos nomes o militar não conseguiu recordar.

O ex-mandatário, ao receber o documento, teria convocado uma reunião com os comandantes das três Forças Armadas e com os generais de quatro estrelas que ocupavam cargos em sua administração. Nessa reunião, apenas a Marinha teria demonstrado apoio à ideia do golpe de Estado, enquanto o Exército e a Força Aérea teriam rejeitado a proposta.

Jair Bolsonaro, Mauro Cid e Filipe Martins. (Foto: Reprodução)

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