Quem é Larissa de Araújo, advogada que se atrapalhou e chorou em julgamento no STF

Atualizado em 15 de setembro de 2023 às 8:58
A advogada Larissa Claudia Lopes de Araújo. Foto: Reprodução

A advogada Larissa Claudia Lopes de Araújo, que defende o réu Matheus Lima de Carvalho Lázaro, chorou durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (14), e disse que a Corte não está respeitando a Constituição.

No início de sua fala, Larissa disse que a sustentação oral a favor do réu acusado de participar dos atos terroristas do 8 de janeiro, em Brasília, era a sua primeira experiência diante do STF e que, por isso, estava muito emocionada.

“Respeito essa casa, respeito muito. Adoro a ordem que tem aqui, os seguranças quando se levantam”, disse a advogada, chorando. Ela também afirmou ter se sentido “ignorada” por não ser cumprimentada no início da sessão.

“Na primeira vez que venho [ao STF], me sento como advogada. No primeiro dia de audiência, sou ignorada pelo PGR [procurador-geral da República], pelo ministro relator, que sequer nos cumprimentou”, afirmou. “Senhores, me desculpa por querer chorar, mas nós não somos os réus desse processo. Somos só advogados. Não fui eu que cometi o crime, se é que há um crime”.

Além disso, ela também disse que ninguém sabe explicar qual é o critério do processo contra os simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) julgados. Ela ainda afirmou estar com “medo” da tribuna e gaguejou em diversos momentos.

“Qual que é o critério? Se eu perguntar, acredito que nenhuma de vossas excelências sabe me dizer qual que é o critério desse processo… Ninguém sabe dizer porque não tem… Fui com a sua cara, boto você pra fora, não fui, você fica preso”, ressaltou.

“Vi advogados serem humilhados, talvez por isso eu esteja com um pouco de medo aqui nessa tribuna… A OAB nunca se manifestou pra defender a gente… Eu não gosto de política, eu sempre falo pra todo mundo ‘eu não gosto de política’… Então meu choro aqui não é por partido, é pelo meu trabalho, que é tão desvalorizado, tão desvalorizado que eu nem sei pra que que eu tô falando aqui se ninguém vai me ouvir, ó que engraçado”.

Ela ainda afirmou que seu cliente era inocente e questionou o andamento do processo e medidas adotadas pelo relator da ação. A advogada chamou seu cliente de “menino”, por ter 24 anos, e disse que ele sofreu um processo de “lavagem cerebral”.

Matheus Lima de Carvalho Lázaro, assim como os demais réus, foi denunciado pela PGR pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com uso de substância inflamável. Ele foi condenado a 17 anos de prisão.

Larissa, que já defendeu o bolsonarista anteriormente, ficou conhecida por representar outros investigados pelo 8 de janeiro. Ela possui graduação em Direito pelo Instituto Euro-Americano de Educação, Ciência e Tecnologia (2017) e tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Penal e Processual Penal.

Em julho deste ano, ela passou a fazer parte do corpo de advogados de Alan Diego dos Santos e George Washington de Oliveira Sousa. Eles foram condenados por planejar um atentado a bomba em dezembro do ano passado nos arredores do Aeroporto de Brasília.

Após o 8 de janeiro, a advogada esteve na Papuda, onde visitou detidos e assumiu a defesa de alguns dos presos em flagrante no dia dos ataques promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes.

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