Quem é Larry Ellison, o novo homem mais rico do mundo

Atualizado em 10 de setembro de 2025 às 14:06
Larry Ellison, o homem mais rico do mundo. Foto: reprodução

Larry Ellison, cofundador da Oracle, alcançou pela primeira vez o posto de pessoa mais rica do mundo, ultrapassando Elon Musk no ranking global de bilionários. A mudança ocorreu após os resultados trimestrais da Oracle superarem as expectativas de Wall Street, provocando uma disparada histórica no valor das ações da empresa. Às 10h10 em Nova York, a fortuna de Ellison havia crescido US$ 101 bilhões, somando um patrimônio de US$ 393 bilhões, de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg. Musk aparece em segundo lugar, com US$ 385 bilhões.

O salto é considerado o maior aumento diário de riqueza já registrado pelo índice. Em julho, Ellison havia passado Mark Zuckerberg, do grupo Meta, e se tornado o segundo mais rico do planeta. Agora, desbancou Musk, que desde 2021 oscilava no topo, alternando a liderança com Jeff Bezos, da Amazon, e Bernard Arnault, da LVMH.

Aos 81 anos, Ellison detém mais de 40% da Oracle, que se consolidou como uma gigante global de software e serviços em nuvem. Fundada em 1977, a empresa ficou famosa pelo sistema de banco de dados que sustenta operações de grandes corporações e hoje disputa espaço diretamente com Amazon, Microsoft e Google no mercado de infraestrutura de computação em nuvem.

O avanço recente se deve à explosão da demanda por capacidade ligada à inteligência artificial, com contratos com empresas como Nvidia, TikTok e a própria OpenAI, operadora do ChatGPT.

O magnata também diversificou investimentos ao longo da carreira. Tem participação em uma equipe de vela, no torneio de tênis Indian Wells e em imóveis de luxo, incluindo 98% da ilha de Lanai, no Havaí, comprada em 2012. Seu estilo de vida extravagante é conhecido: megaiates, jatos privados, mansões na Califórnia e coleções de propriedades inspiradas em arquitetura japonesa. Em 2010, ele assinou o Giving Pledge, compromisso de doar pelo menos 95% da fortuna para causas filantrópicas.

Ellison acumulou ainda proximidade política com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele é doador de longa data do Partido Republicano e se beneficiou de medidas que destacaram a Oracle em projetos estratégicos. Entre eles, o Stargate, iniciativa de infraestrutura de inteligência artificial de 500 bilhões de dólares apoiada por Trump, e a negociação para que a Oracle adquirisse participação no negócio estadunidense do TikTok, embora ainda não tenha recebido aval do governo chinês.

Ellison e Donald Trump, presidente dos EUA, na Casa Branca. Foto: Andrew Harnik/Getty

Apesar da ascensão ao topo da lista global, Ellison é alvo frequente de críticas. Há quem aponte que seus investimentos em Lanai transformaram a ilha em um destino de luxo para milionários, pressionando famílias locais.

Outros destacam que financia seu estilo de vida por meio de dívidas e da venda de ações da Oracle, que já lhe renderam mais de US$ 12 bilhões em dividendos desde 2003. Ainda assim, sua trajetória, de jovem programador em Chicago a fundador de uma das maiores companhias de tecnologia do mundo, é frequentemente citada como exemplo do potencial da indústria de software.

A disparada de sua fortuna está diretamente ligada ao momento da Oracle no mercado global de nuvem. Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, as ações da companhia praticamente triplicaram de valor. No último pregão, em 9 de setembro, a Oracle apresentou projeções de crescimento agressivas, surpreendendo analistas e reforçando a percepção de que a infraestrutura de IA está se expandindo mais rápido do que o previsto.

Com a nova liderança no ranking de bilionários, Larry Ellison encerra mais de 300 dias de Elon Musk no topo. A disputa entre os maiores patrimônios do planeta, porém, permanece acirrada, em meio a um setor de tecnologia em constante transformação e altamente sensível às oscilações de mercado.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.