
Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito e apelidado de “pagodeiro do PCC”, já soma mais de 50 anos de condenações. Dono de empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), ele foi sentenciado na terça-feira (23) a mais de 30 anos de prisão por comandar um esquema de contratos fraudulentos em Arujá, na Grande São Paulo.
Latrell foi condenado por fraude em contrato, corrupção ativa e fraude à licitação. Ele já estava preso desde 27 de janeiro, quando foi capturado na Bahia usando um nome falso, após passar meses foragido desde a deflagração da Operação Munditia em abril de 2024.
Além da atuação como empresário, Latrell também se apresentava como cantor de pagode. No YouTube e no Spotify, mantinha clipes e músicas que lhe renderam o apelido. No entanto, as investigações apontam que suas empresas serviam para lavar dinheiro obtido em contratos fraudulentos com prefeituras da região.
Em junho de 2025, ele já havia sido condenado a 26 anos e 8 meses por lavagem de dinheiro, em sentença que também determinou o confisco de imóveis adquiridos com recursos ilícitos. Em outra frente, a Justiça decretou sua prisão preventiva em setembro pelo suposto envolvimento na fraude do Pregão Eletrônico nº 53/2023 da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos.
A Operação Munditia mostrou que o grupo ligado a Latrell pagava propinas a agentes políticos para obter contratos públicos. Na casa do empresário, em um condomínio de alto padrão em Mogi das Cruzes, a polícia apreendeu pistolas e mais de 150 munições de diversos calibres. O caso levou ainda à exoneração de servidores de Ferraz de Vasconcelos envolvidos no esquema.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, Latrell agia em parceria com ex-prefeitos e vereadores da região. A denúncia foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Apesar das condenações, novas investigações ainda estão em curso para apurar a extensão do patrimônio acumulado com atividades ilícitas.