
A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) estava a bordo de uma flotilha humanitária rumo à Faixa de Gaza quando foi interceptada por forças militares de Israel em águas internacionais, na quarta (1º). A operação envolveu embarcações da Flotilha Global Sumud (GSF), que levavam alimentos e medicamentos para os palestinos.
Luizianne de Oliveira Lins (56) cumpre atualmente seu segundo mandato como deputada federal. Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é professora concursada do mesmo curso desde 1995, embora licenciada no momento.
A petista integra o Comitê Executivo da Liga Internacional dos Parlamentares por Al Quds (nome em árabe para a cidade de Jerusalém) e Palestina. Ela também já participou de eventos internacionais pela liberdade e a independência da Palestina.
Sua trajetória política inclui dois mandatos como prefeita de Fortaleza, entre 2005 e 2012, além de ter sido vereadora, deputada estadual e presidente do PT na capital cearense. Ela integra a as comissões de Cultura e Comunicação, além da especial sobre Inteligência Artificial.
Além da deputada, ao menos outros 10 brasileiros entre os membros da flotilha sequestrados por Israel. Entre eles a vereadora de Campinas, Mariana Conti (PSOL), e a presidente estadual do PSOL do Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolloti, além do ativista Thiago Avila, que já havia sido detido em investida semelhante em junho.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse ter acionado o Itamaraty para intervir junto às autoridades israelenses. Segundo ele, a prioridade é garantir que “a deputada Luizianne tenha todas as suas prerrogativas respeitadas, bem como os direitos dos demais brasileiros” que estavam a bordo.
A Câmara dos Deputados informou que Luizianne participava da missão em caráter oficial, mas sem custos, no período de 30 de agosto a 5 de outubro. Pouco antes da operação, a deputada gravou um vídeo, publicado em suas redes sociais, prevendo a possibilidade de ser levada à força.
Na gravação, Luizianne declarou: “Se você está assistindo este vídeo, é porque eu fui sequestrada pelas forças de ocupação israelenses e levada contra a minha vontade. Peço ao meu governo para acabar com qualquer relação econômica com Israel e a me trazer de volta para casa”.
De forma ilegal e autoritária, as forças armadas de Israel sequestraram a Deputada Federal brasileira Luizianne Lins, juntamente com demais participantes da missão humanitária que levava alimentos e medicamentos à população de Gaza.
A Missão, que se encheu de esperança nos… pic.twitter.com/91SrcBs4GU
— Luizianne Lins (@LuizianneLinsPT) October 1, 2025
A assessoria da parlamentar informou que o último contato direto ocorreu por volta de 18h30 de quarta, pouco antes da interceptação. Desde então, não houve novas comunicações oficiais sobre sua situação.
O diretório do PT no Ceará divulgou nota de solidariedade, exigindo proteção e garantias de integridade física para a deputada e os demais ativistas. A legenda também pediu que o governo brasileiro atue de forma imediata para assegurar o retorno de Luizianne e dos demais cidadãos ao país.